(Imagem: Freepik)
A investigação da
Polícia Civil de Santa Catarina sobre o caso da menina de 11 anos que foi impedida
de realizar um aborto apontou que o suspeito de estuprá-la foi um parente menor
de idade, adolescente.
O delegado Alison
Rocha, que presidiu o caso, informou que o inquérito policial foi concluído e
remetido ao judiciário e ao Ministério Público catarinense há 10 dias.
Segundo o delegado,
a investigação correu sem dificuldades e a conclusão do trabalho foi feita de
forma célere.
“Conseguimos
avançar com rapidez no caso e coletamos todos os elementos necessários.
Identificou-se o envolvimento de um menor de idade”, disse o delegado.
Como o processo
corre em sigilo de justiça, o delegado preferiu não informar se o rapaz
responde pelo ato infracional que corresponde ao crime de estupro de
vulnerável. Também não informou se ele está internado no sistema socioeducativo.
Casos como esse são
regidos pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O menor infrator pode
sofrer desde uma advertência a uma medida mais grave, como a internação no
sistema socioeducativo.
Nesta terça-feira,
21, a menina deixou o abrigo onde estava acolhida há mais de um mês, após
determinação da Justiça de Santa Catarina.
Também nesta terça,
a advogada entrou com um habeas corpus solicitando autorização para que a
menina faça o aborto. A criança está com 29 semanas de gestação. A gravidez foi
descoberta em maio, quando ela estava na 22ª semana.
Relembre o caso
O caso da menina
veio à tona após publicação de reportagem pelo Portal Catarinas em parceria com
o Intercept Brasil, nesta segunda-feira (20).
A criança, então
com dez anos, descobriu a gravidez na 22ª semana de gestação. Ela foi levada
pela mãe ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, o
HU, ligado à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) para realizar o
aborto legal.
A equipe médica,
porém, se recusou a realizar o aborto, pois o procedimento só é feito na
unidade sem consentimento judicial até a 20ª semana de gestação.
A juíza Joana
Ribeiro Zimmer concedeu a medida protetiva e comparou a proteção da saúde da
menina à proteção do feto. Em audiência realizada no dia 9 de maio, tanto a
promotora quanto a juíza tentaram induzir a menina a manter a gravidez, segundo
vídeo obtido com exclusividade pela reportagem do Portal Catarinas. “Você
suportaria ficar mais um pouquinho?”, questiona a magistrada.
A criança foi
encaminhada a um abrigo, onde ficou por mais de um mês, até a Justiça de Santa
Catarina determinar que ela poderia deixar o local e voltar a ficar com a mãe.
A promotora Mirela
Dutra Alberton, lotada na 2ª Promotoria de Justiça do município de Tijucas,
ajuizou uma ação cautelar pedindo o acolhimento institucional da menina, onde
deveria “permanecer até verificar-se que não se encontra mais em situação de
risco [de violência sexual] e possa retornar para a família natural”.
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