Cuidados Paliativos: Tratamento humanizado e respeito à vida
Hospital Regional de São Miguel do Oeste possui comissão voltada para o atendimento a pacientes em cuidados paliativos.

Fotos: Divulgação

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12/10/2021 - 07h12

O último sábado foi o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do assunto. Os Cuidados Paliativos correspondem ao conjunto de cuidados oferecidos às pessoas com diagnósticos de doenças que ameaçam a vida. Eles devem iniciar no momento do diagnóstico e buscam oferecer alívio do sofrimento, bem-estar e qualidade de vida ao paciente.

Segundo a psicóloga hospitalar, Daniela Filipini, com o avanço da medicina e das tecnologias é cada vez mais comum ouvir falar sobre o tema. Apesar disso, muitas vezes há dificuldade na compreensão sobre o significado, afinal, é algo diretamente ligado a um assunto evitado na sociedade – a morte. “Estar em ‘Cuidados Paliativos’ não significa que a pessoa esteja em fase de terminalidade – a pessoa pode conviver com uma doença incurável por meses ou anos, a depender de cada caso, desde que receba os cuidados necessários para manutenção do seu quadro de saúde e qualidade de vida”, destaca.

A psicóloga reforça ainda que é muito comum observar que as pessoas evitam falar sobre morte, o assunto é delicado e é difícil saber lidar com isso. “No entanto, não falar sobre a morte não impedirá que ela aconteça. Por outro lado, enquanto não aceitamos a finitude da vida como possibilidade real, deixamos de realizar coisas importantes em nossas vidas. Quando uma pessoa está em Cuidados Paliativos a vida é urgente! Sabe-se que há uma ameaça real, desta forma, é importante que a pessoa esteja devidamente informada para que possa buscar resolver questões importantes, como desavenças familiares, testamentos, definição de cuidados que deseja receber na terminalidade; além de realizar desejos – visitar lugares, estar com a família, comer o que gosta, fazer o que gosta, entre várias possibilidades”, explica.

Daniela reforça que é muito importante as pessoas compreenderem que os ‘Cuidados Paliativos’ são sobre a vida. “Uma vida abreviada devido a uma doença grave. Mas, uma vida ainda presente e com potencial para realizações pessoais significativas. A mensagem mais importante dos Cuidados Paliativos, conforme palavras de Cicely Saunders, fundadora dos Cuidados Paliativos, é que “a pessoa deve viver plenamente até o dia da sua morte. A pessoa tem o direito de decidir o quanto quer saber sobre o seu diagnóstico – ou seja, deve informar sua decisão ao médico, e o médico por sua vez tem a obrigação de fornecer as informações referentes ao quadro clínico do indivíduo. Um dos pilares dos Cuidados Paliativos é respeitar a autonomia do indivíduo e, para isso, é preciso muita sensibilidade dos profissionais de saúde”, diz Daniela.

O suporte de uma equipe preparada pode minimizar as consequências ao paciente ao ser informado sobre o diagnóstico de uma doença incurável, por exemplo. “Por isso, é tão importante o acesso a uma equipe multidisciplinar para atender o indivíduo e sua família da forma adequada. Afinal é de suma importância que o paciente e a família compreendam adequadamente o diagnóstico e que possam, a partir disso, decidir o que é melhor para si”, finaliza Daniela.

Equipe multidisciplinar acompanha os pacientes em cuidados paliativos

Desde que o Hospital Regional Terezinha Gaio Basso – Instituto Santé, foi fundado, existe uma comissão que cuida dos pacientes em estado de cuidados paliativos.

A presidente da Comissão, enfermeira Mônica Johner, conta que as visitas têm horários mais flexíveis, atendendo o desejo de paciente. “Nós buscamos entender todo o contexto de quem está internado. Se é um familiar ou amigo que ele deseja ver. Se está com vontade de comer algo diferente, tudo isso é avaliado por uma equipe multidisciplinar”, conta Mônica.

Para o médico Oncologista, William Casagrande Sanches, as medidas e estratégias precisam ser tomadas de forma precoce para melhorar a qualidade de vida pacientes e dos seus familiares frente a problemas a doenças potencialmente fatais. “A partir do momento em que você tem uma situação grave, que tem prognóstico a pequeno, médio e longo prazo desse paciente evoluir a óbito, é preciso atuar de forma precoce. Temos que trabalhar a prevenção dos problemas e alívio do sofrimento. Fazer uma avaliação da dor física, psicossocial e até espiritual”, explica o Doutor William.

A enfermeira Mônica destaca também, que tratar o paciente de forma humanizada minimiza o sofrimento de quem está passando por um momento delicado. “Somos pessoas cuidando de pessoas. Todo o ser humano merece ser tratado de forma digna e respeitosa, ainda mais na condição de cuidados paliativos”, reforça.

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  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Hospital Regional Terezinha Gaio Basso



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