O Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil é lembrado nesta segunda-feira (15). De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), a estimativa para o período 2020 a 2022 é de aparecimento de 8.460 casos novos de câncer por ano em crianças abaixo de 19 anos, que é a faixa etária pediátrica. Desse total, 4.310 serão casos novos no sexo masculino e de 4.150 no sexo feminino.
No mundo, dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer estimam que 215 mil novos casos são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos. Mas, caso seja diagnosticado precocemente, o câncer infantil tem taxas de cura de até 80%.
A doutora Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria do Inca, disse à Agência Brasil que o câncer infantil constitui hoje um problema de saúde pública, porque é a principal causa de morte em crianças. “Por essa razão, tem que ser dado todo um cuidado até porque o câncer infantil, por outro lado, hoje em dia, é uma doença curável”. A médica esclareceu que se a criança chega a um centro de tratamento especializado no momento apropriado, ela tem “uma chance enorme” de ficar curada.
“Essa é a grande
notícia e, por essa razão, nós temos que juntar todos os esforços no sentido de
melhorar as condições de tratamento das crianças, para que elas possam ter um
sucesso cada vez maior e ficarem curadas”. Sima Ferman salientou que além de
ficarem curadas, a intenção é que as crianças tenham uma qualidade de vida boa.
Segundo a especialista, não há como impedir o aparecimento do câncer em uma
criança.
Queixa persistente
A médica afirmou
que o diagnóstico precoce é fundamental para que se consiga combater o câncer
em tempo hábil. O grande problema é que, muitas vezes, os sinais e sintomas do
câncer são muito similares aos de outras doenças comuns nas crianças.
Isso pode levar o
profissional de saúde a não suspeitar da doença na primeira consulta. “Por essa
razão, algumas vezes, crianças chegam com a doença um pouco avançada”. Sima
advertiu que se uma criança vai ser atendida três vezes com a mesma queixa, é
importante avaliar a possibilidade de ser alguma coisa séria.
Sima Ferman recomendou
que os pais sempre levem em consideração qualquer queixa que a criança
apresente. “A criança, normalmente, não inventa sintomas. Se disser que não
está bem é porque não está mesmo”.
Também o pediatra e
demais profissionais de saúde devem acompanhar a criança regularmente,
principalmente se ela apresentar uma queixa persistente. Caso seja uma doença
mais séria, o menor deverá ser levado para atendimento em um centro oncológico,
para que seja feita uma investigação mais detalhada.
Doença rara
O câncer infantil é
uma doença relativamente rara, disse Sima Ferman. O Inca recebe, a cada ano,
cerca de 250 pacientes novos infanto-juvenis com câncer, cujo tratamento dura
entre seis meses e um ano. Depois, eles continuam em acompanhamento pelas
equipes do Inca. “Tem um número grande de crianças em acompanhamento o tempo
todo, seja em primeiro tratamento ou em controle da doença”.
Os tipos de câncer
mais comuns em crianças e adolescentes são as leucemias, os tumores do sistema
nervoso central e os linfomas. A médica do Inca ressaltou que há vários outros
tumores que ocorrem em crianças, mas são diferentes dos tumores que acontecem
com adultos, que são relacionados com células mais amadurecidas. São
carcinomas, muitas vezes. “As crianças têm tumores com células muito
primitivas. São chamados, muitas vezes, tumores embrionários e têm alta taxa de
proliferação celular mas que, também, por essa razão, respondem muito bem à
quimioterapia e o resultado de cura em crianças é muito alto”, indicou a médica
do Inca.
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