Uma engenheira e um geólogo da Defesa Civil de Santa
Catarina (DCSC) realizaram, na última terça-feira (22), avaliações nas áreas
atingidas pelas enxurradas na última semana (17) no Alto Vale do Itajaí. O foco
foi a avaliação de risco nos municípios de Ibirama, Presidente Getúlio e Rio do
Sul. Também foi realizado um sobrevoo com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar
de Santa Catarina (CBMSC) para avaliação do cenário. Através deste trabalho foi
possível identificar a extensão da movimentação e características técnicas que
auxiliarão na prevenção de riscos nas localidades.
“O movimento de solo foi de grande extensão e aconteceu nas três faces da
colina que está na divisa dos três municípios”, comentou a engenheira, Ana
Colombo. Segundo ela, a quantidade de solo que deslizou a face de Rio do Sul
chama mais atenção, porém em Presidente Getúlio, local onde ocorreu a corrida
de detritos, atingiu uma área mais povoada e por isso a extensão dos danos e
óbitos foi maior. “A classificação do movimento sem dúvida alguma foi um fluxo
de detritos e nós como técnicos nunca vimos algo dessa proporção”, completou a
engenheira.
Os técnicos destacaram que foram encontrados pontos de deslizamento em todo Vale, indicando a extensão que esse evento atingiu e indicando a necessidade de novos levantamentos para a prevenção e reocupação dos locais atingidos.
Quanto a prevenção foi possível levantar vários pontos de difícil visualização por terra, nas margens de rodovias e alto de colinas, que apresentaram movimentação de menor porte ou “cicatrizes”. Estes pontos foram cadastrados e as informações serão repassadas para o monitoramento através das defesas civis municipais. Um exemplo ocorreu no município de Ibirama onde foram identificados algumas áreas suscetíveis a deslizamentos o que indica a necessidade de remoção dos moradores caso a chuva retorne para região. É possível que sejam feitos novos sobrevoos para avaliar a evolução dos locais atingidos e da movimentação de solo registrada.
“A Defesa Civil do Estado vai continuar com os técnicos a disposição dos municípios para o levantamento de danos e na produção de laudos específicos”, destacou o chefe da DCSC, Aldo Baptista Neto. Segundo ele, após o levantamento de todas as informações os resultados serão entregues para as equipes de prevenção e capacitação para desastres. “Desta forma poderemos complementar ou implementar ações dessas áreas para o auxílio na ampliação das resiliência dos municípios”, finalizou.
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