Depois do Oeste, Joinville é o novo epicentro da Covid-19 em SC

22/03/2021 - 10h42

Com mais de 70 mil casos confirmados e 854 mortes, Joinville voltou a ser o epicentro da Covid-19 em Santa Catarina, ao mesmo tempo que acumula altos índices de internação, unidades lotadas e infecções em ritmo acelerado.

Segundo dados do Painel Covid-19, a cidade conta com 5.574 casos ativos. Desses, 288 estão internados em leitos de UTI ou enfermaria – maior número desde o início da pandemia.

A quantidade, inclusive, está diretamente ligada a taxa de ocupação na rede hospitalar que beira os 90%. Para tratamento de adultos infectados com a doença, há apenas três leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada. Sem contar as dezenas de pessoas que ainda esperam por um leito de UTI.

Apesar disso, o superintendente do Ministério da Saúde em Santa Catarina, Rogério Ribeiro, alega que situação ainda não é tão grave quanto o registrado no Oeste do Estado, no fim de janeiro.

“O Ministério da Saúde faz o controle das maiores cidades, em nível de população, para saber como anda o agravamento da crise. Joinville apareceu em quinto lugar o que nos gerou um alerta”, alega.

Por isso, para evitar que chegue ao mesmo colapso registrado em Chapecó, um comitê do Ministério da Saúde foi montado na cidade na última semana. A ideia é que o grupo, formado por membros do ministério, Secretaria de Estado da Saúde e prefeitos da região, se reúna para traçar ações que possam desafogar o sistema de saúde da cidade.

Ribeiro diz que, entre as medidas em discussão, está o compartilhamento de medicamentos e insumos, além da transferência de pessoas para hospitais da região.

“O Governo vai disponibilizar duas viaturas para fazer a movimentação. Sendo que uma delas ficará em Joinville e a outra será usada só para o transporte de pacientes”, explica.

A primeira reunião do comitê, que está montado na sede regional da Defesa Civil Estadual, acontecerá nesta segunda-feira (22), com a presença do secretário estadual de saúde, André Motta Ribeiro.

Nova variante e reflexo das aglomerações podem ter contribuído no aumento dos números, diz especialista

Para o infectologista Tarcisio Crocomo, dois fatores teriam contribuído para o aumento dos números na cidade: a presença da nova variante e a falta de conscientização e aglomeração das pessoas.

“No final do ano, algumas pessoas se sentiram seguras devido a queda nos números, o que diminuiu os cuidados. E isso, associado a essa mutação mais transmissível e grave, acarreta no maior número de casos”, salienta.

Além disso, ele alega que pesquisas já buscam entender o potencial de agravamento da nova variante do vírus, já que, ultimamente, as principais vítimas da Covid-19 tem sido jovens que já chegam aos hospitais em estado grave.

Para conter o avanço, além da vacina, o especialista sugere a aplicação de medidas mais restritivas, como o lockdown.

“Mas eu entendo que a medida é difícil, porque as pessoas precisam trabalhar. Por isso, para que ela ocorra, as autoridades precisam criar algum tipo de auxílio financeiro durante a paralisação dos serviços. Lembrando que também é fundamental a conscientização das pessoas”, fala.

Prefeitura afirma que analisa a situação

Por meio de assessoria de imprensa, a Prefeitura de Joinville informou que analisa a situação, por meio do Gabinete de Crise, criado no fim de fevereiro. Além disso, a equipe tem acompanhado diariamente o avanço dos casos na cidade.

Segundo o município, atualmente, a cada 100 testes, 37 dão positivo para Covid-19 e que isso está relacionado com a presença da nova variante.

No dia 10 de março, a Prefeitura emitiu um decreto com uma série de restrições, como horário de funcionamento de estabelecimentos e toque de recolher. As medidas são válidas até o dia 28.

Questionada sobre o anúncio de novas restrições ou flexibilizações, a Prefeitura disse que a situação está em análise e que elas serão divulgadas ainda nesta semana.

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  • Jornal Regional



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