Com mais de 70 mil casos confirmados e 854 mortes, Joinville voltou
a ser o epicentro da Covid-19 em Santa Catarina, ao mesmo tempo que acumula
altos índices de internação, unidades lotadas e infecções em ritmo acelerado.
Segundo dados do Painel Covid-19, a cidade conta com 5.574 casos ativos. Desses, 288 estão internados em leitos de UTI ou enfermaria – maior número desde o início da pandemia.
A quantidade, inclusive, está diretamente ligada a taxa de ocupação na rede hospitalar que beira os 90%. Para tratamento de adultos infectados com a doença, há apenas três leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada. Sem contar as dezenas de pessoas que ainda esperam por um leito de UTI.
Apesar disso, o superintendente do
Ministério da Saúde em Santa Catarina, Rogério Ribeiro, alega que situação
ainda não é tão grave quanto o registrado no Oeste do Estado, no fim de
janeiro.
“O Ministério da Saúde faz o controle das maiores cidades, em nível de
população, para saber como anda o agravamento da crise. Joinville apareceu em
quinto lugar o que nos gerou um alerta”, alega.
Por isso, para evitar que chegue ao mesmo colapso registrado em
Chapecó, um comitê do Ministério da Saúde foi montado na cidade na última semana. A
ideia é que o grupo, formado por membros do ministério, Secretaria de Estado da
Saúde e prefeitos da região, se reúna para traçar ações que possam desafogar o
sistema de saúde da cidade.
Ribeiro diz que, entre as medidas em discussão, está o
compartilhamento de medicamentos e insumos, além da transferência de pessoas
para hospitais da região.
“O Governo vai disponibilizar duas
viaturas para fazer a movimentação. Sendo que uma delas ficará em Joinville e a
outra será usada só para o transporte de pacientes”, explica.
A primeira reunião do comitê, que está montado na sede regional da Defesa Civil
Estadual, acontecerá nesta segunda-feira (22), com a presença do secretário
estadual de saúde, André Motta Ribeiro.
Nova
variante e reflexo das aglomerações podem ter contribuído no aumento dos
números, diz especialista
Para o infectologista Tarcisio Crocomo, dois fatores teriam
contribuído para o aumento dos números na cidade: a presença da nova variante e
a falta de conscientização e aglomeração das pessoas.
“No final do ano, algumas pessoas se sentiram seguras devido a
queda nos números, o que diminuiu os cuidados. E isso, associado a essa mutação
mais transmissível e grave, acarreta no maior número de casos”, salienta.
Além disso, ele alega
que pesquisas já buscam entender o potencial de agravamento da nova variante do
vírus, já que, ultimamente, as principais vítimas da Covid-19 tem sido jovens
que já chegam aos hospitais em estado grave.
Para conter o avanço, além da vacina, o especialista sugere a aplicação de
medidas mais restritivas, como o lockdown.
“Mas eu entendo que a medida é difícil, porque as pessoas
precisam trabalhar. Por isso, para que ela ocorra, as autoridades precisam
criar algum tipo de auxílio financeiro durante a paralisação dos serviços.
Lembrando que também é fundamental a conscientização das pessoas”, fala.
Prefeitura
afirma que analisa a situação
Por meio de assessoria de
imprensa, a Prefeitura de Joinville informou que analisa a situação, por meio
do Gabinete de Crise, criado no fim de fevereiro. Além disso, a equipe tem
acompanhado diariamente o avanço dos casos na cidade.
Segundo o município, atualmente, a cada 100 testes, 37 dão positivo para
Covid-19 e que isso está relacionado com a presença da nova variante.
No dia 10 de março, a Prefeitura emitiu um decreto com uma série de restrições,
como horário de funcionamento de estabelecimentos e toque de recolher. As
medidas são válidas até o dia 28.
Questionada sobre o anúncio de novas
restrições ou flexibilizações, a Prefeitura disse que a situação está em
análise e que elas serão divulgadas ainda nesta semana.
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