Débora Campello – Médica Gastroenterologista, Hepatologista, Clínica Médica
A Dispepsia é um conjunto de sintomas comuns a vários
diagnósticos de patologias digestivas. Os Sintomas Dispépticos ocorrem em 25%
da população anualmente, correspondendo à queixa mais prevalente nos
consultórios de Gastroenterologia.
Entre as pessoas que apresentam Dispepsia, apenas 25% terão
uma causa orgânica identificada para justiçar os sintomas. Os outros 75%, ou
seja, a grande maioria, serão portadores de Dispepsia Funcional, quando os
sintomas acontecem por mau funcionamento do aparelho digestivo superior sem
fator orgânico ou estrutural associado.
Para a definição diagnóstica se a Dispepsia está relacionada
à causa orgânica mais importante ou grave ou trata-se de Dispepsia Funcional, é
necessária uma investigação clínica, laboratorial e através de exames
complementares onde a Endoscopia Digestiva tem papel fundamental e, por vezes,
indispensável. Através da Endoscopia Digestiva podem-se excluir gastrites
graves, lesões malignas ou pré-malignas, Doença do Refluxo e a presença da
bactéria Helicobacter pylori.
Entende-se por
Dispepsia ou Sintomas Dispépticos:
-plenitude pós-prandial; aquela sensação de ter ingerido um
absurdo e volumoso banquete mesmo após ter comido apenas três colheres de arroz
ou um inocente copo de suco.
-saciedade precoce; mal começa a refeição e já surge uma
sensação de peso abdominal e satisfação incompatível com o volume ingerido.
-dor ou queimação epigástrica; a famosa dor na “boca do
estômago”
-náuseas, vômitos, “queimação” ou azia; embora mais vistos na Doença do Refluxo e não
tão frequentes na Dispepsia, estes sintomas podem surgir em pacientes
dispépticos.
A Dispepsia Funcional tem comprovados fatores genéticos envolvidos, ou seja, a pessoa nasce com predisposição para desenvolver a doença. Os portadores de Dispepsia apresentam alteração e lentidão do esvaziamento gastroduodenal, hipersensibilidade das vísceras e até alterações da microbiota intestinal.
O tratamento envolve uma abordagem multifatorial com medicamentos
que inibam a produção do ácido clorídrico, medicamentos que auxiliem na
motilidade digestiva e, por vezes, antidepressivos que atuem na
hipersensibilidade visceral superior. O controle e cuidados alimentares são
fatores preponderantes para a melhora dos sintomas e manutenção de períodos sem
crises. Hábitos de vida saudáveis e atividade física regular sempre serão
incentivados pelo Gastroenterologista.
A infecção pelo Helicobacter pylori, embora não seja causa
exclusiva ou determinante da Dispepsia, quando tratada e erradicada a bactéria
observa-se significativa melhora dos sintomas. Todos os pacientes com queixas
dispépticas devem ser testados e tratados para Helicobacter pylori.
Sendo uma doença crônica, a Dispepsia Funcional pode ser controlada, mas não curada. As crises, embora às vezes esporádicas, recorrem ao longo da vida do paciente tornando-se de suma importância a avaliação e, sobretudo acompanhamento com o médico Gastroenterologista.
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- Hospital Regional Terezinha Gaio Basso | Débora Campello – Médica (CRMSC 12962) | Gastroenterologista (RQE 7124) | Hepatologista (RQE 15575) | Clínica Médica (RQE 6302) | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333
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