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Proposta da comissão formada pelo
Governo do estado para elaborar os indicadores e índices não recebeu qualquer
contestação por parte dos municípios e oficializou os parâmetros de cálculo.
Com articulação do MPSC, o "ICMS Educacional" - que não resulta em
aumento de impostos - aperfeiçoa a forma de repasse do tributo, de modo a
premiar os municípios que apresentam melhoras em seus índices educacionais.
Mais de R$ 1 bilhão serão destinados aos municípios apenas com base nos
indicadores educacionais.
O ICMS Educacional, que aperfeiçoa a forma de repasse do tributo, de modo a premiar os municípios que apresentam melhoras em seus índices educacionais - proposta que contou com a articulação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) - já é uma realidade no estado. Foi finalizada a última etapa para sua implementação, que foi a definição dos índices e parâmetros de cálculo do repasse. Mais de R$ 1 bilhão serão destinados aos municípios apenas com base nos indicadores educacionais.
A alteração nos percentuais para o cômputo da repartição do ICMS aos municípios será gradual, de 2023 até 2029. Os 15% divididos igualmente ficam mantidos. Já a parcela relativa aos índices educacionais inicia com 10% no próximo ano, até atingir 15% em 2029. Os valores devidos pela atividade econômica, por sua vez, partem de 75% em 2023, até atingir 70%.
A metodologia foi definida por uma comissão formada pelo Governo do Estado especialmente para este fim, coordenada pelo Poder Executivo e que contou com a participação do MPSC, entre outras entidades, inclusive representativas dos municípios catarinenses. A comissão adotou como base o índice provisório publicado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Não recebendo qualquer impugnação ou recurso por parte dos municípios, o índice foi oficializado.
A comissão estava prevista na Lei 18.489/2022, que instituiu o ICMS Educacional. A nova lei, que criou uma nova forma de distribuição da cota de 25% do ICMS que cabe aos municípios, contou com a articulação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que integrou a comissão formada pelo Poder Executivo para sua construção.
"Não se trata de um recurso vinculado, pois não deverá necessariamente ser revertido em investimento em educação, mas será um incentivo orçamentário para que o gestor aumente a eficiência e a eficácia dos gastos em educação, ou seja, para que se gaste melhor os recursos já existentes", explica o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (CIJE) do MPSC, Promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega.
Em síntese, o gestor continua livre para utilização do recurso proveniente desta receita, todavia, pela metodologia que se apresenta, o município que demonstrar melhora em seus índices educacionais receberá mais recursos do que aquele que apresentar estagnação ou piora dos índices, criando assim uma concorrência positiva que beneficiará concretamente as crianças e adolescentes de Santa Catarina.
Para o Coordenador do CIJE, a inclusão de critérios educacionais na repartição do ICMS é um grande passo na garantia de uma gestão pública de qualidade, medida a partir de resultados. "Os parâmetros adotados trazem elementos das avaliações de proficiência e também considera os insumos necessários para uma boa educação - infraestrutura adequada, valorização do magistério, gestão democrática, entre outros. O ICMS Educacional tem o potencial de transformar a educação catarinense, que já é uma das melhores do país, numa referência nacional em acesso, permanência e aprendizagem", destacou o Coordenador do CIJE.
A articulação do MPSC
A proposta inicial de projeto de lei já foi construída e encaminhada ao Governo do Estado pelo grupo de trabalho instituído pelo Poder Executivo e formado pelo Ministério Público, Secretaria da Educação, Secretaria da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado, Tribunal de Contas de Santa Catarina, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Controladoria Geral do Estado, Assembleia Legislativa, Conselho Estadual de Educação e Federação Catarinense de Municípios.
No início de julho, o Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Fernando da Silva Comin, esteve com o Governador do Estado, Carlos Moisés, para reforçar a importância de proposta de lei criando uma nova forma de distribuição da cota de 25% do ICMS que cabe aos municípios, contemplando o ICMS Educacional.
Na ocasião, Comin - que compareceu ao encontro acompanhado pelo Coordenador do CIJE - destacou que "o Ministério Público de Santa Catarina hoje é um protagonista nos debates dos grandes temas da educação catarinense, e o ICMS Educacional é um deles. A metodologia desenvolvida pelo Grupo de Trabalho, do qual participamos desde o início, medirá o esforço do gestor municipal e retribuirá, na repartição dos recursos, aqueles que mais conseguirem melhorar seus índices, o que, na prática, significa mais vagas de creche, escolas com melhor infraestrutura e uma educação com mais qualidade".
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