A febre maculosa é uma doença transmitida pela picada do carrapato infectado com a bactéria do gênero Rickettsia | Divulgação
A morte de pessoas por febre maculosa no estado de São Paulo chamou atenção para os riscos
da doença. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive)
esclarece que o estado tem registro de quadros leves de febre maculosa e
destaca como se prevenir da doença.
A febre maculosa é
uma doença transmitida pela picada do carrapato infectado com a bactéria do
gênero Rickettsia. A transmissão acontece quando o animal infectado fica
aderido ao corpo da pessoa ou também pela penetração das bactérias em lesões de
pele, através do esmagamento do carrapato.
No Brasil, o
principal vetor da febre maculosa é o carrapato-estrela, que é encontrado
especialmente em capivaras.
Duas espécies da
bactéria estão associadas aos quadros clínicos da doença:
– Rickettsia
rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a
doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região
Sudeste;
-Rickettsia
parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves.
O estado registrou
41 casos de febre maculosa em 2022. Neste ano, até agora, já são 18 casos
confirmados. “É importante destacar que Santa Catarina não tem registro de
óbitos por febre maculosa, justamente porque a bactéria encontrada no estado é
a que produz quadros menos graves. Mas é preciso estar atento à prevenção e aos
sintomas da doença”, destaca Ivânia Folster, gerente de zoonoses da Diretoria
de Vigilância Epidemiológica de SC (DIVE/SC).
Sintomas
Os sintomas da
febre maculosa são:
– Febre;
– Cefaleia;
– Mialgia intensa;
– Mal-estar generalizado;
– Náuseas e vômitos;
– Exantema máculo-papular (acometendo principalmente região palmar e
plantar);
– Linfadenopatia;
– Escara de inoculação (lesão no local onde o carrapato ficou aderido).
“Os sintomas podem
aparecer entre o segundo e o 14º dia de exposição. É sempre importante procurar
por atendimento médico ao apresentar sinais e sintomas. O médico vai fazer a
avaliação, investigando se a pessoa mora e/ou esteve em local de mata,
floresta, fazendas, trilhas ecológicas e se ela pode ter sido picada por um
carrapato. Além disso, são realizados exames para confirmar o diagnóstico”,
explica Ivânia.
Identificação de
carrapatos
Desde o ano de
2022, Santa Catarina é referência para a região sul para identificação dos
carrapatos através do Laboratório de Entomologia da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC). Os carrapatos coletados em ações de
vigilância ambiental são identificados pelo Laboratório e posteriormente
encaminhados para pesquisa de riquétsias no Laboratório de Referência Nacional
em Vetores de Riquetsioses – Fiocruz/Ministério da Saúde.
Prevenção da
febre maculosa
A prevenção da
febre maculosa é baseada no impedimento do contato com o carrapato. Por isso, é
recomendado:
– Usar roupas
claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;
– Usar calças,
botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e
gramadas;
– Evitar andar em
locais com grama ou vegetação alta;
– Usar repelentes
de insetos;
– Verificar se você
e seus animais de estimação estão com carrapatos;
– Se encontrar um
carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça;
– Não aperte ou
esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o
carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água;
– Quanto mais
rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.
Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a
retirada dos insetos.
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