O dólar fechou
novamente em queda nesta quarta-feira (27), no terceiro pregão consecutivo de
baixa frente ao real diante da recuperação do apetite por risco no exterior,
embora as tensões entre Estados Unidos e China e a cena política doméstica
continuem no radar.
A moeda norte-americana foi vendida
a R$ 5,2823, em queda de 1,25%. Na mínima, chegou a R$ 5,2713.
É o menor patamar de fechamento desde 17 de abril (R$ 5,2383).
Com o recuo desta quarta, o dólar passou a acumular baixa de 2,89% no
mês. No ano, porém, ainda sobe 31,73%.
O Banco Central realizou nesta quarta-feira leilão de swap tradicional
para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e
fevereiro de 2021.
Cenário externo e interno
No exterior, as esperanças de recuperação econômica e expectativa de um
novo plano de estímulo da União Europeia ofuscaram as preocupações com as
renovadas tensões entre EUA e China, após o presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, afirmar que está preparando uma forte resposta às leis de
segurança nacional planejadas pela China para Hong Kong, acrescentando que será
anunciada antes do fim da semana.
A Comissão Europeia propôs nesta quarta um pacote no valor de 1,85 trilhão de euros para o
próximo Orçamento de longo prazo da UE e um fundo de recuperação para economias
afetadas pela pandemia de coronavírus.
A economia da zona do euro deve encolher entre 8% e 12% neste ano,
afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertando que
um cenário mais brando já está desatualizado e que os impactos econômicos do
vírus devem ser entre médios e severos.
Na cena doméstica, pesquisa da Fundação Getulio Varga mostrou que a
confiança da indústria teve uma leve recuperação em maio, mas mesmo assim
registrou o segundo menor valor da série histórica da pesquisa, só ficando
atrás da marca de abril, sinalizando o elevado nível de incerteza e de
pessimismo em relação ao futuro.
Os economistas do mercado financeiro baixaram pela 15ª vez seguida a
previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A expectativa para o tombo da economia no ano passou de 5,12% para 5,89%,
segundo o última pesquisa Focus do Banco Central. Já a projeção para a taxa de
câmbio no fim de 2020 avançou de R$ 5,28 para R$ 5,40.
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