Grande consumidor de milho, Santa Catarina solicita reforço
nos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para suprir as
cadeias produtivas de carne e de leite. Esse foi um dos assuntos tratados pelo
governador Carlos Moisés e o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do
Desenvolvimento Rural, Altair Silva, na audiência com o ministro em exercício
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes Cordeiro. O encontro
ocorreu na manhã desta sexta-feira, 29, em Brasília.
"Os estoques da Conab em Santa Catarina estão muito
aquém do mínimo necessário para que possamos dar uma segurança aos nossos
produtores. Solicitamos ao Ministério da Agricultura uma revisão e a
possibilidade de aquisição e reabastecimento do nosso Estado. E tivemos um
compromisso do ministro em exercício de que, hoje ainda, irá conversar com o
grupo de trabalho da Conab para viabilizar esse investimento. Essa é uma pauta
extremamente relevante e teremos a parceria do Ministério para buscar uma
solução", explicou o governador Carlos Moisés.
Santa Catarina utiliza aproximadamente sete milhões de
toneladas de milho por ano para alimentação animal, sendo que mais de quatro
milhões de toneladas são importadas de outros estados e países. Segundo o
secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva, a intenção do Governo do
Estado é ampliar a oferta do grão em estoques públicos pra atender os pequenos
produtores e também regular os preços praticados no mercado - que tiveram uma
alta significativa no ano passado.
No último Relatório de Disponibilização de Estoques, do período de 16 a 30 de novembro de 2020, a Conab tinha 624,4 toneladas de milho estocadas em Santa Catarina. O consumo do estado gira em torno de 19 mil toneladas por dia - 30 vezes mais do que o disponível para compra. "O abastecimento de grãos segue como um grande desafio para o agronegócio catarinense. Os estoques mínimos da Conab estão muito baixos e precisam ser repostos. Assim poderemos trazer mais segurança para que os produtores atravessem esse momento de elevação no preço do grão", ressaltou Altair Silva, que participou da audiência remotamente por estar com Covid-19.
A demanda do Governo de Santa Catarina acendeu um sinal de alerta para a pasta. " O Ministério da Agricultura, através da secretaria de Defesa, estuda a ampliação das importações e acredito que, com isso, teremos uma solução um pouco mais rápida. De imediato vamos buscar a Conab, avaliar qual o estoque disponível para poder atender emergencialmente a questão do milho em Santa Catarina", afirmou o ministro em exercício, Marcos Montes Cordeiro.
Internet para o meio rural
O Governo de Santa Catarina também pretende aumentar os
investimentos em internet no campo. O secretário da Agricultura, Altair Silva,
explica que essas são medidas fundamentais para alavancar o crescimento e o
desenvolvimento do agronegócio no estado.
De acordo com o ministro em exercício, essa é uma demanda
nacional e uma das pautas prioritárias do Ministério da Agricultura. Santa
Catarina já possui um projeto-piloto para levar internet e telefonia para o
meio rural e poderá buscar recursos no Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (FUST) para avançar na conectividade do campo.
Foco na defesa agropecuária
O governador Carlos Moisés manifestou ainda necessidade de
reforço e apoio nas ações de defesa agropecuária em Santa Catarina. O estado é
o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e referência
internacional no cuidado com a saúde animal.
Desde 2007, é reconhecido como área livre de febre aftosa sem
vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Além de formar, junto
com o Rio Grande do Sul, uma zona livre de peste suína clássica. O cuidado
extremo com a sanidade animal faz de Santa Catarina um grande exportador de
carnes, com acesso aos mercados mais exigentes e competitivos do mundo, como
Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
"Santa Catarina trouxe para nós a sua eficiência em
relação à sanidade agropecuária. Se outros estados serão aprovados ou não pela
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), nós saberemos em maio. Mas eu acho
que ficou claríssima a especificação e eficiência dos catarinenses ao longo do
tempo e que poderá ser levada também para outros estados", complementou o
ministro em exercício.
Ser livre de febre aftosa sem vacinação fez com que o estado
tenha regras especiais para o trânsito de animais e que mantenha a vigilância
constante. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina
(Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio
Grande do Sul e Argentina que controlam diuturnamente a entrada e a saída de animais
e produtos agropecuários.
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