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As medidas
restritivas nas importações adotadas pela Argentina têm impacto
negativo em 77% das empresas exportadoras brasileiras. É o que aponta um
levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no período de
outubro de 2022 a março de 2023, que contabiliza seis meses da implementação do
Sistema de Importações da República da Argentina (SIRA).
A medida é uma
tentativa do governo argentino de controlar a cadeia de abastecimento e
monitoramento das operações de comércio exterior diante da situação fiscal e da
queda nas reservas cambiais. A Argentina é o quarto principal parceiro
comercial do Brasil, atrás somente de China, Estados Unidos e União Europeia. A
gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, explica
as restrições impostas pelo país vizinho.
“Diante da situação
econômica do país, a Argentina vem adotando uma série de medidas restritivas
nas importações, por meio de licenciamentos não automáticos e por meio do
controle das saídas de divisas. Na prática, isso se traduz em barreiras para as
exportações brasileiras”, destaca.
A consulta
realizada pela CNI ouviu 252 empresas. Em 84% das empresas que consideram ter
sido impactadas negativamente houve uma redução no valor exportado para a
Argentina. Apenas 7% indicaram que não houve redução no período analisado. Para
49% dos respondentes, a redução no valor exportado foi acima de 41%.
Com o novo sistema
adotado no país vizinho, a lista de mercadorias sujeitas às licenças não
automáticas saltou de 1.474, no início de 2020, para 4.193, no final de 2022.
Constanza Negri destaca os principais problemas apontados pelas empresas.
“As empresas também
identificaram, dentre os principais problemas, a demora nos tempos para
aprovação das licenças, ou seja, para as exportações brasileiras. 51% das
empresas identificaram que esse tempo se estende mais de 60 dias e também foram
identificadas demoras nos prazos para pagamento das exportações brasileiras e a
imprevisibilidade no fechamento dos negócios”, pontua.
A gerente de
Comércio e Integração Internacional da CNI lembra ainda que a melhoria nas
relações econômico-comerciais entre Brasil e Argentina tem
influência positiva no crescimento e na competitividade dos dois países.
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