Reprodução: Ana Ceron/SAR
Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e parte do Mato
Grosso do Sul já contabilizam prejuízos com a falta de chuvas e recorrem ao
Governo Federal em busca de apoio na renegociação de dívidas e agilidade no
pagamento do seguro agrícola para os produtores rurais. Nesta segunda-feira, 3,
os secretários da Agricultura dos quatro estados participaram de reunião
virtual com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (SPA/Mapa), Guilherme Soria Bastos Filho, para
apresentar os cenários e as demandas.
“Essa reunião foi resultado de uma conversa que tivemos com a
ministra Tereza Cristina na última semana, quando relatamos as dificuldades
enfrentadas pelos produtores catarinenses. Nós estamos direcionando nossas
ações para agilizar os decretos de emergência dos municípios e também a
elaboração dos laudos para liberação do Proagro. A nossa solicitação principal
para o Ministério da Agricultura é a criação de um crédito emergencial para
aqueles produtores que perderam sua fonte de renda”, destaca o secretário da
Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Altair
Silva.
Em Santa Catarina, as regiões Extremo Oeste, Oeste e Meio
Oeste são as mais afetadas. A média atual de precipitações nesses locais é de,
respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros - sendo que o esperado seria uma média
em torno de 150 mm. A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na
safra de milho - tanto milho grão quanto silagem - que deve impactar
diretamente as cadeias produtivas de carne e leite.
O secretário Altair Silva explica que no Extremo Oeste a
colheita de milho esperada deve ter uma redução de até 50% e a expectativa de
safra estadual já está sendo reduzida. “Nós esperávamos uma safra voltando à
normalidade com 2,7 milhões de toneladas colhidas, já estamos revendo esses
números e talvez nossa colheita não passe de 1,9 milhão de toneladas. O que
atinge diretamente o setor produtivo de carnes e leite, sem contar o prejuízo
dos produtores de grãos”.
Até o momento o estado conta com 67 municípios com decretos
de emergência publicados ou em vias de publicação e 1.500 famílias rurais que
perderam sua fonte de renda devido à estiagem, principalmente produtores de
grãos e silagem.
Nos outros estados do Sul, a situação é semelhante. Segundo o
secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, os
prejuízos calculados são bilionários, principalmente nos cultivos de soja,
milho e feijão. “Nós trabalhávamos com uma colheita de 21 milhões de toneladas
de soja, hoje já reduzimos a expectativa para 13 milhões de toneladas e esse
quadro tende a ter uma evolução para pior”. No milho, o cenário é ainda mais
preocupante. O estado pretendia colher 4,2 milhões de toneladas e reduziu a
estimativa para 2,4 milhões de toneladas. São 144 municípios paranaenses com
decretos ou sinalizando fazer decretos de emergência. No Rio Grande do Sul, são
110 municípios afetados.
Ainda esta semana haverá uma nova reunião com a equipe
técnica do Ministério da Agricultura para apresentar as ações disponíveis para
os produtores rurais que tiveram prejuízos devido à falta de chuvas. O Governo
Federal trabalha ainda com a possibilidade de uma visita da ministra Tereza
Cristina aos estados do Sul.
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