No comunicado aos prefeitos, além de
pedir medidas contra a Covid-19, o secretário estadual solicita esforço na área
da saúde.
"Solicito
aos gestores municipais que tomem medidas emergenciais para diminuir
significativamente a circulação das pessoas, mantendo apenas serviços
essenciais e que convoquem toda a força de trabalho da Saúde para o
enfrentamento", pediu o secretário estadual aos gestores municipais.
Diferente da solicitação aos
municípios, no decreto publicado no Diário Oficial do Estado não há fechamento
de serviços não essenciais. Também não há restrição à circulação de pessoas, como ocorreu em outro decreto publicado
em dezembro.
Casas noturnas e de espetáculos não
podem funcionar e é proibido venda e consumo de bebidas alcoólicas em postos de
combustíveis e suas lojas de conveniência entre 0h e 6h em todos os níveis de
risco. Bares, restaurantes e shoppings não podem funcionar de madrugada.
O transporte coletivo e rodoviário pode continuar
circulando, mas com 50% de ocupação. No entanto, em Joinville, no
Norte do estado, houve registro de aglomerações e os usuários enfrentaram
dificuldades para conseguir ir sentado no ônibus - veja no vídeo acima.
Fila de espera por UTIs
Pacientes com Covid-19 esperam por vagas em
unidades de saúde ao redor do estado. Além dos 83 pacientes apontados nos
dados internos da Secretaria, pode haver mais pessoas aguardando pois somente
são enviados pedidos de internação de pacientes com condição de transporte para
longas distâncias no caso das transferências. Doentes que estão internados em
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não entram na fila, por exemplo, visto
que precisam passar por um hospital para estabilização antes de entrarem na contabilização
estadual.
Em ofício enviado ao Governo, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC)
pediu que a Secretaria da Saúde informe quantas pessoas esperam por uma UTI e
de quais cidades elas são.
Com o gargalo, o governo estuda protocolos para
desocupar o mais rápido possível os leitos e aumentar a rotatividade entre os
pacientes. Durante audiência pública na Comissão de Saúde da Assembleia
Legislativa (Alesc) na quarta-feira (24), o superintendente de regulação no
estado, Ramon Tartari, falou sobre a mudança de protocolos:
"O
consumo de leitos é absurdo e os pacientes são graves, de forma que já
iniciamos as discussões sobre protocolos e critérios para admitir pacientes em
UTI e protocolos de triagem reversa, que é a retirada do paciente de UTI o mais
precoce possível para dar maior giro e aceitar pacientes nas UTIs”, explicou.
Na região Oeste, que vive um colapso na
saúde, a prefeitura de Chapecó informou que 32 pacientes aguardavam
por um leito de UTI ou transferência para outros locais no fim da tarde de
quarta-feira (24). Outras 50 pessoas precisavam de vagas em leitos clínicos.
Até as 14h desta quinta, o dado atualizado não havia sido repassado.
O Hospital Regional do Oeste (HRO), referência no
atendimento para tratamento de Covid-19, atende acima da capacidade nesta
quinta. Segundo a prefeitura de Chapecó, onde a unidade está localizada, há 62
leitos de UTI Covid-19, mas 92 pacientes estão internados espalhados em outros setores
do local.
Em coletiva de imprensa na tarde de
quarta-feira (24), o médico Vinicius Chies de Moraes, que coordena o setor de
emergência e o da UTI-Covid no Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê, afirmou
que difícil decisão de escolher quem será intubado já é uma realidade.
“A
situação é desesperadora. E não é uma situação que está por acontecer, ela já
aconteceu, e está acontecendo. Nós teremos mortes em grande escala",
disse.
No hospital, todos os 20 leitos para
tratar pacientes estão ocupados, de acordo com a última atualização da unidade. Cerca de 24 pessoas aguardavam por uma vaga na quarta.
A Secretaria de Estado da Saúde
(SES) informou apenas que a regulação está atuando justamente para garantir as
transferências necessárias e o pleno atendimento a toda população catarinense.
Sobre o número de pessoas que aguardam na fila de
espera, a
pasta informou apenas que o dado é dinâmico.
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