Estudo comprova situação precária das rodovias na região Oeste

(foto: Ricardo Saporiti)

(foto: Ricardo Saporiti)

07/07/2022 - 10h31

A Federação das Indústrias (FIESC) analisou a situação de 22 rodovias estaduais que cortam as regiões Oeste e Extremo-Oeste de Santa Catarina e totalizam 878 quilômetros.

Entre os trechos considerados mais críticos estão as SCs: 283 (Mondaí-Palmitos, Arvoredo-Seara e Seara-Arabutã); 155 (Xanxerê-Xavantina, Bom Jesus-Abelardo Luz), 480 (Xanxerê-Bom Jesus); 482 (Galvão-Coronel Martins); 305 (São Lourenço do Oeste-Campo Erê); 161 (Anchieta SC-305 a Serra do Sul, na divisa com a BR-280, no Paraná); 492 (Maravilha-Santa Terezinha do Progresso); 496 (Tunápolis-Beato Roque/trecho em processo de implantação); 163 (Iporã do Oeste-Itapiranga) e 350 (Abelardo Luz-Passos Maia/implantação prevista, mas ainda não iniciada).

A análise foi apresentada pelo engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da FIESC, nesta quarta-feira, dia 6, em reunião da Câmara de Transporte e Logística da entidade. Nos trechos mais críticos, o levantamento mostra trincamentos e desagregação do pavimento, buracos e afundamentos e trilhas de roda. O levantamento foi realizado pelo engenheiro Ricardo Saporiti, que percorreu as rodovias de 1° a 8 de maio.

“Apesar dos esforços do governo do estado, que elevou significativamente os investimentos na malha rodoviária, o estudo apresentado traduz a falta de uma política de estado, um programa de manutenção e conservação rotineira e preventiva do patrimônio rodoviário estadual, que a FIESC tem defendido ao longo dos anos”, diz o presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar. “No entanto, constatamos que a situação vem piorando ao longo do tempo, durante várias gestões do governo do estado, resultando na necessidade de restauração para mais de 60% da malha. Restaurar custa quatro vezes mais do que manter. O pavimento possui vida útil e sofre com a ação do tempo, excesso de carga e pelo uso contínuo”, acrescenta.

Conforme dados oficiais, nos últimos 40 meses, o governo de SC investiu R$ 307,2 milhões em manutenção e restauração de rodovias, ou seja, uma média de R$ 92,2 milhões por ano. Esse valor corresponde a 0,44% do patrimônio rodoviário catarinense. No entanto, tecnicamente, o percentual recomendável é de, no mínimo, 1% ao ano. Isso equivale a R$ 210 milhões por ano, considerando que a malha rodoviária estadual tem 8.345 quilômetros, com valor patrimonial estimado em R$ 21 bilhões. (Confira os gráficos abaixo).

Aguiar lembra que as condições das rodovias provocam acidentes, com perda de vidas, além de afetarem o custo de logística da indústria catarinense, que é superior à media nacional e ao de países como os Estados Unidos.

Durante a reunião, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Alexandre Martins, apresentou as ações do governo para a recuperação das rodovias estaduais, incluindo duplicação, restauração, travessias urbanas, tratamento de pontos críticos, levantamento visual contínuo, contratação de conserva, intervenção funcional, sinalizações, obras especiais e contenções. Além disso, Martins informou que a secretaria tem 23 obras em andamento ou em licitação para pavimentação de 400 quilômetros de rodovias estaduais não asfaltados.

Rodovias Estaduais com Manutenções Críticas – Oeste de SC

SC- 283Mondaí/ Riqueza/ Caibí/ Palmitos
Arvoredo/ Seara
Seara/ Arabutã  
SC- 155Xanxerê/ Linha das Palmeiras/ Xavantina
Bom Jesus/ Abelardo Luz   
SC- 480Xanxerê/ Bom Jesus  
SC- 482Galvão/ Coronel Martins 
SC- 305São Lourenço do Oeste/ Presid. Juscelino/ Campo Erê
SC- 161SC-305 ( Anchieta)/ Palma Sola/ Serra do Sul (BR-280/PR) 
SC- 492Maravilha/ Tigrinhos/ Sta. Terezinha do Progresso  
SC- 496Tunápolis/ Beato Roque ( Implantação/ Pavimentação)  
SC- 163Iporã do Oeste/ Itapiranga      
SC- 350Abelardo Luz/ Passos Maia ( Implantação/ Pavimentação) 

Fonte: FIESC

Conservação Rodoviária

AnoInvestimento
2019R$ 25.769.606,70
2020R$ 74.802.783,29
2021R$ 88.221.103,62
2022*R$ 118.427.847,02
TotalR$ 307.221.340,63
Média Investida por anoR$ 92.166.402,19
% anual sobre o patrimônio0,44%


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