Um estudo publicado
neste domingo (11), na plataforma científica SSRN, apontou que a eficácia geral
da CoronaVac é de 50,7% contra o novo coronavírus (Covid-19).
Os resultados ainda
não foram avaliados por outros cientistas, o que é necessário para serem
considerados válidos. Mas os números são similares
aos apresentados pelo Instituto Butantan em janeiro de
2021.
A CoronaVac foi
desenvolvida em parceria da farmacêutica chinesa Sinovac com o Butantan.
Atualmente, ela é o principal imunizante na campanha de imunização
brasileira. A vacina de Oxford/AstraZeneca também é aplicada no país.
O estudo de fase 3
tem como foco avaliar a eficácia e a segurança da vacina. A pesquisa foi
comandada por Ricardo Palacios, diretor de Estudos Clínicos do Butantan.
Realizado entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020, o estudo reuniu 12.396
voluntários. Todos eram profissionais de saúde saudáveis do Brasil. Os
testes confirmaram a “segurança” do imunizante.
A principal reação
adversa registrada foi dor no local da aplicação da injeção. Entre os
voluntários que receberam a vacina, 77,1% afirmaram sentir dor. Já entre quem
recebeu placebo, 66,4% relataram o mesmo. O estudo foi feito de forma que os
voluntários não soubessem se tinham recebido a vacina ou o placebo.
Sobre a eficácia, o
estudo mostrou que, apesar da eficácia geral pouco acima do necessário (50%)
para uma vacina ser considerada eficaz, a CoronaVac “impede” a morte de pessoas
infectadas pela Covid.
A eficácia contra
casos moderados e graves da covid-19 é de 100%. Já para casos leves, mas que
precisam de assistência médica, é de 83,7%.
O estudo concluiu
que a eficácia da vacina aumenta se a aplicação da 2ª dose for feita 21 dias ou
mais após a 1ª injeção. A recomendação do Ministério da Saúde no Brasil é que a
2ª dose seja disponibilizada no intervalo de 14 a 28 dias após a 1ª.
O estudo contou
ainda com um subgrupo para analisar a eficácia da vacina contra 3 variantes: a
de Manaus (P.1), a do Rio de Janeiro e a B.1.128 (linhagem “mãe” da P.1).
De acordo com os
testes, a vacina da CoronaVac permite que o corpo humanos desenvolva anticorpos
para as variantes. Não houve alterações significativas no nível de proteção.
Outro estudo,
comandado pelo grupo Vebra Covid-19, já tinha identificado que a vacina
era efetiva contra a variante P.1. As análises dessa outra pesquisa levaram
em conta testes de 67.718 profissionais de saúde de Manaus. A eficácia
encontrada foi de 50%, número próximo ao da eficácia geral verificada pelo
Butantan.
O resultado com
variantes é importante porque elas têm maior potencial infeccioso. A P.1,
por exemplo, foi encontrada em 91% dos casos de covid-19 em São
Paulo, segundo dados divulgados na 6ª feira (11.abr). Esse percentual era de 0%
há 12 semanas.
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