Estudo da Fiocruz sugere que variante Delta da Covid-19 pode causar mais reinfecções

Imagem: Pixabay

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30/06/2021 - 13h55

Uma pesquisa que teve participação de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugere que a variante Delta do coronavírus (SARS-CoV-2) tem potencial maior de causar reinfecções e novos quadros da Covid-19 em pessoas que haviam se curado da doença. O trabalho foi publicado na revista científica Cell e detalhes foram divulgados na segunda-feira, dia 28, pela Agência Fiocruz de Notícias.

A variante foi detectada pela primeira vez na Índia, mas já está presente em 85 países e causou a primeira morte no Brasil no último fim de semana.As conclusões da pesquisa mostram que pessoas previamente infectadas por outras cepas do novo coronavírus têm um soro com anticorpos menos potentes contra a variante Delta, que é uma das quatro variantes de preocupação já identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Fiocruz destaca que o aumento do risco é marcante no caso das pessoas que tiveram uma infecção anterior da variante gama, que foi identificada pela primeira vez em Manaus e se tornou a cepa dominante no Brasil. Nesses casos, a capacidade de os anticorpos neutralizarem a variante Delta é 11 vezes menor. O mesmo ocorre com a variante Beta, que foi descoberta na África do Sul.

A divergência antigênica da variante delta é menor quando comparada à variante Alfa, que foi a primeira de preocupação a entrar no radar da OMS, ao surgir no Reino Unido. De acordo com a Fiocruz, cientistas avaliam que "o achado indica que vacinas baseadas na variante Alfa podem proteger amplamente contra as variantes atuais, o que pode ser uma informação relevante para a formulação de novos imunizantes".

Apesar de sugerir um escape maior do vírus ao ataque dos anticorpos produzidos em infecções anteriores, a pesquisa revela que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como Pfizer e AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção pela cepa Delta. Essa eficácia, porém, é reduzida com a mutação sofrida pelo vírus na proteína S, que forma a estrutura viral usada para iniciar a invasão da célula do hospedeiro.

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