Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de
Oxford, na Inglaterra, aponta a dexametasona, um esteroide barato e amplamente
usado, como um "grande avanço" no combate à doença respiratória
provocada pelo novo coronavírus.
Resultados de testes anunciados nesta terça-feira, 16, mostraram que a
dexametasona, que é usada para diminuir inflamações de outras doenças, reduziu
as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre pacientes de Covid-19
hospitalizados em estado grave.
"Este é um resultado que mostra que, se pacientes que têm Covid-19 e
estão ligados a ventiladores ou no oxigênio recebem dexametasona, isso salvará
vidas, e o fará a um custo notavelmente baixo", disse Martin Landray,
professor da Universidade de Oxford e co-líder do teste conhecido como
Recovery.
Entre os pacientes de Covid-19 que não precisavam de auxílio respiratório,
não houve benefício com o tratamento de dexametasona.
"Será muito difícil qualquer remédio substituir este, dado que, por
menos de 50 libras esterlinas (cerca de 325 reais), você pode tratar oito
pacientes e salvar uma vida", disse.
Peter Horby, pesquisador e co-líder do teste, disse que a dexametasona é
"o único remédio até agora que reduziu a mortalidade — e a reduz
significativamente".
"É um grande avanço", afirmou. "A dexametasona não é cara
na prateleira e pode ser usada imediatamente para salvar vidas em todo o
mundo."
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados contra Covid-19,
a doença causada pelo novo coronavírus, que já matou mais de 431 mil pessoas
globalmente.
O teste Recovery comparou as reações de cerca de 2.100 pacientes, que
foram designados de forma aleatória para receber o esteroide, com cerca de
4.300 pacientes que não receberam o medicamento.
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