Pesquisadores da
UFPR (Universidade Federal do Paraná) apontam que o retorno dos torcedores aos
estádios de futebol do Brasil, sem maiores riscos, ainda pode demorar para
acontecer.
De acordo com
estudo divulgado nesta segunda-feira (11), a presença da torcida nas
arquibancadas só deve acontecer após as descobertas de uma vacina ou de um
medicamento retroviral contra a Covid-19.
Os autores do
estudo são o professor Fernando Mezzadri e o advogado Paulo Schimitt,
coordenador da comissão de integridade da Federação Paulista de Futebol.
Mezzadri é doutor em educação física e lidera o projeto de pesquisa
“Inteligência Esportiva”, uma parceria do CEPELS (Centro de Pesquisa em Esporte,
Lazer e Sociedade), da UFPR, e a Secretaria Especial do Esporte, do Ministério
da Cidadania.
Na pesquisa, eles
desenharam quatro possíveis cenários para a retomada do esporte nacional, sendo
o primeiro o mais restritivo de todos e o quarto, o de abertura total à prática
esportiva e disputa das competições oficiais.
Neste cenário, de
retomada completa das atividades da sociedade, eles apontam a necessidade de
uma vacina ou remédio contra o novo coronavírus para que a torcida possa voltar
aos estádios sem preocupações.
“A retomada total
das atividades esportivas e competições só será possível com a existência de
medicamento retroviral eficaz ou vacina que previna e proteja tanto os
praticantes/atletas quanto os espectadores”, apontam os autores no estudo.
Mezzadri, que já
foi consultor da Unesco sobre políticas públicas de controle de dopagem,
acredita que muitas adaptações precisarão ser feitas para que o futebol possa
retomar sua rotina de campeonatos.
“Tanto os atletas
quanto as pessoas (torcedores) devem fazer os testes como uma forma de controle
e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não
devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno as competições
pelo atual estágio da pandemia no Brasil”, disse o professor, em entrevista ao
site da UFPR.
Os pesquisadores
chegaram a estas conclusões a partir das orientações das autoridades mundiais
na área de saúde, epidemiologia e higiene e também a partir de um ciclo de
debates semanais realizados no canal do YouTube do grupo.
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