Considerado um ato
fundamental para o desenvolvimento saudável de uma criança, o aleitamento
materno tem ganhado cada vez mais atenção no Brasil. É o que revela o Estudo
Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani)
do Ministério da Saúde.
De acordo com o balanço, 14.505 crianças menores de cinco anos foram avaliadas
no período entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Desse total, 53% continua
sendo amamentada no primeiro ano de vida.
Em relação às
crianças menores de seis meses, o índice de amamentação exclusiva é de 45,7%.
Quanto às menores de quatro meses, a taxa chega a 60%. Esses resultados,
segundo o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros,
representa um avanço importante, pois uma amamentação feita da maneira correta
contribui, de maneira significativa, para uma vida saudável, tanto no momento
atual, quanto no futuro.
“A amamentação é
importante porque reduz em até 13% a mortalidade infantil, diminui as chances
da criança ter alergia, infecções, diarreia, doenças respiratórias, obesidade e
diabetes tipo 2. Além disso, causa um efeito positivo na inteligência, reduz as
chances da mulher vir a ter câncer de mama e de ovário, não causa poluição
ambiente por não ter embalagens e diminui os custos com tratamentos e para o
sistema de saúde”, pontua Medeiros.
Os dados foram
apresentados durante o lançamento da campanha de incentivo à amamentação, do
Ministério da Saúde. A iniciativa marca o início do Agosto Dourado e da Semana
Mundial do Aleitamento Materno 2020 (SMAM), que ocorre em mais de 150 países.
Na ocasião, foram
apresentadas informações sobre o último dado de 2006 da Pesquisa Nacional de
Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS). Quando comparados ao Enani, esses dados
apontam para um aumento de 15 vezes na prevalência de aleitamento materno
exclusivo entre as crianças menores de 4 meses, e de 8,6 vezes entre crianças
menores de 6 meses.
Por outro lado, em
relação aos últimos 34 anos, percebe-se um salto de aproximadamente 13 vezes no
índice de amamentação exclusiva em crianças menores de 4 meses e de cerca de 16
vezes entre crianças menores de 6 meses.
“Esses resultados
mostram que o Brasil avançou nesses indicadores, revelando a importância das
políticas públicas nessa área e a importância de continuar investindo em
políticas públicas para promover e apoiar a amamentação. A nossa recomendação é
que as crianças mamem por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos seis primeiros
meses, priorizando a amamentação na primeira hora de vida”, destaca a
coordenadora Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do Ministério da Saúde, Gisele Bertolini.
Amamentação na pandemia
Apesar das
recomendações sobre os cuidados para evitar contágio da Covid-19 serem
mantidas, o Ministério da Saúde orienta que a amamentação seja contínua mesmo
durante a pandemia. Nesse caso, são levados em conta alguns pontos como
benefícios para a saúde da criança e da mulher e a ausência de constatações
científicas significativas sobre a transmissão do coronavírus por meio do leite
materno.
A diretora
substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), Maria Teodoro afirma que ainda é considerado o fato de não haver recomendação
para a suspensão do aleitamento materno na transmissão de outros vírus
respiratórios.
“A mulher deve
procurar um profissional de saúde para obter orientações sobre os cuidados
necessários para manter a amamentação no período da infecção por vírus. Caso
ela tenha alguma dúvida ou se sinta insegura, a recomendação é procurar
esclarecimentos com alguém da área e que tente não interromper a amamentação se
não houver uma indicação em outro sentido”, explica Maria.
Nessa situação
específica, a amamentação deve ocorrer apenas se a mãe desejar e estiver em
condições clínicas adequadas para realizá-la. No caso das mães que tenham confirmação
ou estejam com suspeita da Covid-19 que não puderem ou não quiserem amamentar,
devem ser orientadas por profissionais de saúde a realizarem a extração do
leite materno manualmente ou por bomba.
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