Jato F-22 Raptor controlou trajetória do objeto e o abateu sobre o Lago Huron, estado do Michigan, nos Estados Unidos e a província de Ontário, no Canadá – Foto: USAF / AFP
O exército dos
Estados Unidos derrubou um novo objeto que sobrevoava o Lago Huron em grande
altitude no domingo (12), disseram dois legisladores e o Pentágono, o mais
recente caso de dispositivos voadores na América do Norte,
colocando as autoridades em Ottawa e Washington em alerta.
O presidente Joe
Biden, por “recomendação do comando militar”, deu a ordem por “precaução”,
informou um funcionário do governo, antes de acrescentar que o objeto –
descrito como uma estrutura octogonal da qual pendem cordas – não representava
uma “ameaça militar”, mas sim um risco para a aviação civil.
O comando
aeroespacial americano (Norad) controlou a trajetória do objeto e tomou a
decisão de abatê-lo sobre o Lago Huron “para evitar que atingisse pessoas no
solo e, ao mesmo tempo, para aumentar as chances de que fosse recuperado”,
informou o Pentágono em um comunicado.
A subsecretária de
Defesa para a Segurança Nacional, Melissa Dalton, citou “contatos com a
República Popular da China sobre o balão”, sem explicar a natureza da conversa.
Apesar de o
secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ter solicitado uma
reunião com o homólogo chinês pouco depois de Washington derrubar um balão do
país na semana passada, Pequim confirmou na quinta-feira que rejeitou a
proposta e classificou a decisão de “irresponsável” a decisão do governo
americano de abater o dispositivo.
“O governo dos
Estados Unidos não criou o ambiente propício para o diálogo e uma conversa
entre os exércitos”, afirmou o ministério da Defesa chinês em um comunicado.
Este foi o quarto
“objeto” que o governo dos Estados Unidos derrubou em menos de 10 dias quando
sobrevoavam seu território o ou o Canadá.
“O objeto foi
abatido por pilotos da Força Aérea e da Guarda Nacional dos Estados Unidos”,
tuitou Elissa Slotkin, congressista por Michigan, estado pelo qual o Lago Huron
passa ao norte e ao leste. Outro legislador de Michigan, Jack Bergman, disse
que os militares “desativaram” um objeto sobre o Lago Huron.
“O povo americano
merece mais respostas do que temos no momento”, acrescentou Jack Bergman no
Twitter, o que reflete os crescentes questionamentos no país e na classe
política sobre esses acontecimentos.
Washington
considera que o primeiro objeto abatido, um balão, fazia parte de uma frota de
aparelhos que Pequim enviou para 40 países com fins de espionagem.
O governo chinês
garantiu, no entanto, que era um dispositivo utilizado para pesquisas,
principalmente meteorológicas.
Washington abateu
mais dois objetos voadores, sem especificar os detalhes: um na sexta-feira
sobre o Alasca e outro no sábado sobre o Canadá.
Restrições
Em um sinal de que
as autoridades estão em alerta máximo, parte do espaço aéreo sobre o Lago
Michigan, no norte dos EUA, foi temporariamente fechado neste domingo por
razões de “defesa nacional”, de acordo com o órgão regulador da aviação civil
americano (FAA).
“Estas restrições
foram pensadas para garantir a segurança do tráfego aéreo no setor durante as
operações do Norad”, explicou a entidade em comunicado.
Na véspera, as
autoridades americanas também fecharam o espaço aéreo do estado de Montana,
após a detecção de uma “anomalia de radar”. Um caça averiguou o ocorrido, mas
não identificou nenhum “objeto”, segundo o exército.
Neste domingo,
porém, o legislador daquele estado Matt Rosendale afirmou estar em “contato
constante” com os militares e garantiu que “me disseram que têm certeza de que
havia um objeto e que não era uma anomalia”, tuitou o representante.
Beligerância
Washington e Ottawa
estavam ocupados recolhendo os restos dos dispositivos neste domingo.
Essas operações
aumentam as tensões entre a China e os EUA, a ponto de o secretário de Estado,
Antony Blinken, adiar uma visita a Pequim após a detecção do primeiro balão.
Michael McCaul, um
legislador republicano e presidente do comitê de relações exteriores da Câmara
dos Representantes, acusou a China de um ato de beligerância neste domingo.
O envio deste
objeto “foi feito com a intenção de coletar informações e elementos de nossas
três maiores instalações nucleares”, acusou em declarações à CBS.
Críticas
Os republicanos
criticaram fortemente Biden por deixar o balão pairar sobre o país por vários
dias antes de derrubá-lo.
O Pentágono disse
que “monitorou e analisou continuamente” o balão, o que permitiu entender “mais
as capacidades e técnicas” da suposta espionagem da China.
Por sua vez, o
líder democrata no Senado, Chuck Schumer, defendeu as decisões de Biden dizendo
à ABC neste domingo que a análise dos restos do dispositivo representa “uma
grande conquista para os Estados Unidos”.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook