Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
As exportações brasileiras de milho devem encerrar o mês de
fevereiro de 2022 em 530 mil toneladas. A projeção é da Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec).
No mesmo mês do ano passado, o Brasil exportou 508,407 mil toneladas. No acumulado
de 2022, os embarques atingem 2,573 milhões de toneladas.
Apesar desse quadro, o presidente institucional da
Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesario Ramalho, entende
que as condições climáticas devem comprometer o desempenho das safras durante
2022.
“O efeito La Niña machucou enormemente os três estados do
centro-sul, além de uma grande parte do Mato Grosso do Sul. Todos registraram
poucas chuvas. O Paraná, por exemplo, que é um grande produtor, está com
dificuldades. Mas é muito importante observar que, apesar de toda a quebra no
ano passado, conseguimos atingir uma produção maior do que o consumo”,
destaca.
Ramalho também destaca que os conflitos entre Rússia e
Ucrânia podem afetar os preços das negociações do milho, o que acarreta em
aumento do valor dos produtos para os consumidores.
“Os grandes produtores de fertilizantes são países
localizados naquela região, como Bielorrússia e a própria Rússia. E esses
insumos dobraram de um ano para o outro. Já os defensivos triplicaram. Então,
temos essa pressão. A Ucrânia é um país importante, que prende bastante milho
na Europa. Se esse país tiver problemas de plantio, o preço do milho pode subir
mais ainda no mercado internacional”, considera.
Cereais e farinhas
Dados divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações
Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que as
exportações de cereais, farinhas e preparações atingiram US$ 931,07 milhões, ou
seja, uma alta de 62,1%, impulsionadas pelas vendas externas de milho e trigo.
Este último acumulou rendimento de US$ 190,93 milhões, junto a um salto de
121%.
Em relação ao milho, o quadro de oferta e demanda da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta uma projeção de estoque
inicial de passagem de praticamente 9 milhões de toneladas, no início da safra
2021/2022. Foram exportadas 2,7 milhões de toneladas em janeiro, com elevação
de 16,5%.
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