A crise provocada pelo novo Coronavírus paralisou
atividades, estagnou setores e impactou diretamente na economia nacional.
Apesar de considerada atividade essencial desde o início da pandemia, a
produção de alimentos que mantém-se na ativa, também sentiu os efeitos das
medidas de combate ao vírus. Em Santa Catarina, esses impactos do
agronegócio foram analisados pelo presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado (Faesc) José Zeferino Pedrozo.
Segundo ele, alguns setores do
Agro foram mais impactados. O transporte de produtos e mercadorias produzidas
no Estado mantém o fluxo, porém com limitações por conta das restrições
impostas pelo decreto de isolamento.
Devido à proibição de
aglomerações em todo o território catarinense, as tradicionais feiras
agropecuárias também foram suspensas. Estavam previstas 52 só para os meses de
março, abril e maio no Estado – 106 no ano. Sem as feiras e leilões, grande
parte dos terneiros ficou retida nas fazendas de Santa Catarina a espera de
comercialização, justamente no período de maior demanda, que ocorre nos meses
citados.
Para minimizar os efeitos, a
Faesc conseguiu com o Governo do Estado a liberação da comercialização via
leilões virtuais, experiência pioneira em Santa Catarina. De acordo
com Pedrozo, os sindicatos de todo o Estado estão se preparando para a novidade
para tentar reparar as perdas.
“Os leilões seguirão regras do
setor da saúde estadual, sem a presença de público. Também haverá a venda
direta nas propriedades, com a presença apenas do comprador. É uma experiência
nova, não sabemos como vai ser ainda porque não temos essa cultura aqui no
Estado, mas esperamos que em abril e maio possamos reparar um pouco esta
expectativa negativa que tínhamos neste setor”, ressalta Pedrozo ao destacar a
preocupação e a expectativa da Faesc.
“Dizer que não tivemos
prejuízos é faltar com a verdade, até porque houve paralisação abrupta do fluxo
do comércio em todos os setores. A preocupação existe e a expectativa é que nós
tenhamos, paulatinamente, em Santa Catarina, a abertura de todo o
comércio”.
O presidente da Faesc também
destaca que a pandemia está provocando mudanças na rotina dos produtores rurais
e da indústria, que assim como todos os brasileiros, aumentaram o rigor das
medidas preventivas e protetivas na saúde.
“Temos que reconhecer que
assim como ocorreu em outros setores, indústria e comércio por exemplo, o setor
da agricultura também está sentindo o revés dessa situação aqui em Santa
Catarina. Mas, podemos afirmar com tranquilidade que o agronegócio catarinense
mantém o fluxo da atividade e é setor essencial para superar a crise”, afirma
Pedrozo.
DEMAIS SETORES
Apesar das chuvas recentes, a
estiagem ainda reflete no Estado. O período seco reduziu em 20% a produção de
leite em Santa Catarina, segundo dados e informações fornecidas pelas
próprias agroindústrias do setor.
A colheita de grãos já está no
final, com produção fluindo dentro da normalidade. Apesar dos reflexos da
estiagem, o setor de grãos está sendo beneficiado pelos preços vigentes,
principalmente do milho e da soja, produtos de exportação alavancados pelo
dólar acima dos R$ 5,00.
O presidente da Faesc destaca que não há escassez de insumos agrícolas no Estado, nem descontrole de preços, assim como segue normal o abastecimento de produtos como sementes, fertilizantes, vacinas, corretivos de solo, genética e rações.
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