Em portaria
publicada na última sexta-feira (10), o Governo do Estado regulamentou a
realização de feiras e leilões virtuais de bovinos no período de
quarentena em Santa Catarina. Pela primeira vez no Estado, os
organizadores transmitirão os eventos on-line, seguindo diversas recomendações
para evitar aglomerações e diminuir os riscos de contaminação com o
Coronavírus.
A medida atende
demanda da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) para
assegurar a comercialização de terneiros que estavam retidos nas fazendas
devido à suspensão das feiras agropecuárias durante a pandemia.
Entre as
regras estabelecidas pela portaria 242 estão o uso obrigatório de máscaras para
todas as pessoas que trabalharão nos leilões e nas feiras e o distanciamento
mínimo de um metro e meio. A visitação dos animais nos recintos de leilões
também deverá ter agendamento prévio por lote, com controle de acessos para
evitar aglomerações, além da disponibilização de álcool em gel 70% em locais
estratégicos para higienização. Os estabelecimentos devem, ainda, fixar
cartazes informativos com orientações sobre higiene das mãos, etiqueta
respiratória e normas de precauções.
A portaria também
estabelece que no horário programado para recebimento ou carregamento dos
bovinos só será permitida a presença do motorista do caminhão e de um
proprietário ou responsável pelos animais. É proibida a presença de público e
de compradores no recinto de leilões e os trabalhadores devem ser orientados a
intensificar a higienização das mãos. No caso de locais fechados, os
organizadores devem manter todas as áreas ventiladas e desinfetar com álcool
70% maçanetas, mesas, corrimões, interruptores, banheiros e lavatórios.
De acordo com
o vice-presidente de finanças da Faesc, Antônio Marcos Pagani de Souza,
que coordena o programa de pecuária de corte, os leilões virtuais serão
organizados pelos Sindicatos Rurais e empresas leiloeiras a partir do dia 23 de
abril e devem aumentar as vendas dos bovinos, com valor agregado em todo o
Estado. Segundo ele, os animais têm idade média de oito meses, pesam em
média 200 kg e são predominantemente de raças britânicas e
continentais.
Pagani explica que
os lotes de terneiros serão filmados nas fazendas ou nos recintos dos parques
de exposição e as imagens serão transmitidas pela internet durante o leilão
virtual.
“É algo
inédito em Santa Catarina, com expectativa de aumento nas vendas, já que
as transmissões serão para todo o Estado, com a possibilidade de o comprador
fazer o negócio em casa. Por outro lado, por ser uma modalidade nova,
não sabemos quantos produtores irão aderir aos leilões virtuais. Será um teste
para o setor”, avalia Pagani ao destacar que além dos leilões virtuais, os
pecuaristas também seguem com vendas diretas nas propriedades rurais. O dirigente
da Faesc ressalta que a crise do Coronavírus provocou queda nos preços dos
animais, porém a expectativa é de que com a retomada dos leilões o mercado seja
aquecido e os valores reestabelecidos.
Para o presidente
da Faesc José Zeferino Pedrozo os leilões virtuais são uma
conquista do setor e um avanço para a agropecuária catarinense. “É uma
modalidade nova em Santa Catarina, que em outros Estados já é
uma tradição. Passa a ser uma aposta do setor que precisou inovar na crise.
Analisaremos agora como será a recepção dos produtores e quais serão os
resultados para o Estado, cientes de que a medida foi fundamental para
assegurar a comercialização do rebanho”, sublinha.
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