Os prejuízos
causados pela estiagem em Santa Catarina continuam preocupando os
produtores catarinenses, especialmente nas regiões Oeste, Extremo Oeste e Meio
Oeste, onde o déficit hídrico no ano alcança 801,9mm, 711mm e 895,9mm,
respectivamente, de acordo com dados da Epagri/Ciram. A estiagem no Estado, que
teve início em junho de 2019, já se mostra a mais severa desde 2005.
A precipitação esperada para o final semana, especialmente no Oeste, não
se confirmou e a escassez continua.
A situação é
preocupante, porque as previsões indicam chuvas abaixo da média até janeiro, o
que impactará drasticamente na safra. Sem chuvas, tanto o Governo quanto os
produtores buscam soluções paliativas para amenizar o problema
O vice-presidente
da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina
(FAESC), Enori Barbieri, afirma que essa é a seca mais dramática
que Santa Catarina está vivendo.
“Mais de 110
aviários de uma agroindústria estão parados no Oeste. O restante está
contratando caminhões-pipa para puxar água. A safra de milho já tem perdas de
zero a 100% e a soja plantada está aguardando umidade para germinar. O que era
um sonho neste ano, de bons preços praticados e maior rentabilidade para o
agronegócio está se tornando um drama”, analisa o dirigente.
PREJUÍZOS
De acordo com
levantamento feito pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola
(Epagri/Cepa), o Extremo Oeste é a região catarinense cujos cultivos estão em
situação mais delicada. Em seguida aparecerem Oeste e Meio Oeste. Milho
(silagem e grão), fumo e pastagens sãos as culturas mais atingidas até o
momento.
O milho
silagem acumula perda média de -6,75% na produção estadual, resultando
numa produção esperada de 8,8 milhões de toneladas. Na região Extremo Oeste a
perda média é de -13,76%, enquanto no Oeste fica em -7,24% e no Planalto Norte
chega a -10,03%. Alguns municípios destas regiões já contabilizam perdas na
produção superiores a 60%.
Para o milho
grão da primeira safra, até o momento, a perda média esperada para o
Estado é de -4,12%. O maior impacto está no Extremo Oeste, onde a quebra de
produção média é de -19,07%. No Oeste a perda está em -9,2%. Neste cenário, a
produção esperada é de 2,8 milhões de toneladas.
O fumo enfrenta
até agora uma redução média de -1,92% no Estado, com produção estimada em 209,7
mil toneladas. Fumicultores do Extremo Oeste já acumulam perdas de -14,16%, no
Oeste as perdas são de 7,94% e no Meio Oeste chegam a 6,05%.
Até o início de
novembro, diversas regiões registravam impactos negativos da estiagem sobre a
qualidade e quantidade de pastagens disponíveis para a
produção animal, o que afeta o ganho de peso e a produção de leite, bem como na
disponibilidade de água para os animais. As regiões mais atingidas também são
Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste, que respondem por 80% da produção leiteira
catarinense.
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