Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
Em meio a uma
notícia triste da perda, a família é acolhida pelo profissional de saúde que
lhes oferece a possibilidade de doação dos órgãos do paciente confirmado com
morte encefálica e orienta sobre a importância do ato. Para agir neste momento
difícil e delicado, as equipes das Comissões de Transplantes são constantemente
capacitadas. Como resultado desta ação, em 2022, Santa Catarina registrou a
menor taxa de não autorização para doação de órgãos do Brasil, segundo a
Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). De um total de 728
potenciais doadores notificados no ano passado, apenas 141 famílias recusaram a
doação. O número corresponde a uma taxa de negativa de 28%.
Somente o Paraná
alcançou o mesmo resultado. No país, a taxa de negativa familiar foi de 47%, a
mais alta dos últimos 10 anos.
Como consequência,
SC foi o único que efetivou mais de 40% dos seus potenciais doadores. Das 728
notificações, 329 foram doadores de fato, que representa 35 a mais do que em
2021. Além disso, um total de 1.521 pacientes foram transplantados, superando a
melhor marca até então de 1.507, antes da pandemia em 2019.
Aliado a isso,
Santa Catarina apresentou o melhor resultado de doadores efetivos com 44,8 por
milhão de população (pmp), indicador universalmente utilizado para avaliar e
comparar resultados entre os estados. Na sequência tem o Paraná (40,6 pmp),
Ceará (26,7 pmp), São Paulo (20,9 pmp) e Rio de Janeiro (20,0 pmp). A taxa de
doadores efetivos nacional foi de 16,5 pmp.
“O povo catarinense
tem um histórico de colaboração que vem de longa data, somos um estado
resiliente, que enfrentou muitas tragédias naturais, e as pessoas sempre se
ajudaram e sempre superaram. Na hora da perda de uma pessoa querida, essa face
do catarinense, de querer ajudar, também aparece. E muito se deve ao trabalho
de conscientização que é feito, sobre a importância de salvar vidas a partir de
uma vida perdida”, ressalta o governador Jorginho Mello.
Os resultados
alcançados no território catarinense são fruto de um constante e intenso
trabalho desempenhado pela SC Transplantes. Ao longo das últimas duas décadas,
a entidade coordenou o treinamento das equipes profissionais visando aprimorar
habilidades na busca da conscientização das famílias para autorização da
doação.
Agora, o
coordenador Estadual de Transplantes, Joel de Andrade, comemora os ótimos
índices. “Pela 14º vez, em 18 anos, conseguimos a liderança isolada da doação
de órgãos no país. Nos outros quatros anos fomos o segundo melhor estado
brasileiro. Do ponto de vista dos transplantes, nosso resultado foi excelente.
O resultado em doação resulta em 329 doadores efetivos, um número que só foi
ultrapassado em 2019, pré-pandêmico. Os números apresentados são muito
positivos, especialmente se considerarmos que pelo menos os meses de janeiro,
fevereiro e março de 2022 ainda foram bastante afetados pela pandemia”.
Potenciais doadores
A taxa de
notificações de potenciais doadores também apresenta uma curva ascendente no
estado, o que representa um aumento significativo deste índice. Santa Catarina
e outros dois estados (DF, PR) ultrapassaram a marca de notificações de 99 pmp,
enquanto a taxa nacional foi de 61,9 pmp.
“É importante
ressaltar que esse resultado também podemos creditar ao acolhimento à família
dos doadores. As equipes das Comissões de Transplantes são preparadas para agir
nesses momentos, quando se confirma a morte encefálica. É nessa hora que esse
profissional oferece à família a possibilidade de doação dos órgãos, orientando
sobre a importância do ato”, ressalta de secretária de Saúde de Santa Catarina,
Carmen Zanotto, lembrando que dessa abordagem resulta a possibilidade de uma
nova chance de vida para quem depende de uma doação de órgãos.
De acordo com Joel
de Andrade a atuação das equipes profissionais foram fundamentais para os
ótimos resultados alcançados até hoje. “Os números mostram a maturidade de um
sistema que se desenvolveu a quase duas décadas e que tem tido a iniciativa de
melhorar a cada ano com um resultado que mostra, por um lado, a eficiência do
sistema, por outro, a solidariedade do povo catarinense. Dessa forma as pessoas
que precisam de transplantes têm tido suas demandas atendidas”, explica.
Fila por transplante
Em dezembro de
2022, Santa Catarina possuía uma fila de espera por transplante de 1.062
pacientes ativos. Destes, mais da metade (560) aguardam por um novo rim, 419
buscam uma nova córnea, 51 esperam por um fígado, 2 anseiam por um coração e 1
necessita de pâncreas funcional. No Brasil, no mesmo período, havia 53.989
pacientes ativos na lista de espera por um transplante de órgão.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook