Pesquisadores de dezesseis instituições do Paraná e de São
Paulo investigam se há fatores genéticos que tornam uma pessoa mais ou menos
propensa a desenvolver quadros graves da Covid-19. O projeto intitulado
“Abordagem genômica para investigar variações genéticas do Sars-CoV-2
(coronavírus) e no hospedeiro humano” também pode auxiliar na busca de alvos
terapêuticos.
Metodologia
O estudo usará pacientes que contraíram o coronavírus e os dividirá em
três grupos: um com pessoas que apresentaram quadro clínico grave e mantidos em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com auxílio de ventiladores pulmonares;
outro com pacientes com quadro clínico moderado, internados na enfermaria e sem
necessidade de serem encaminhados para a UTI; e por fim, pacientes com sintomas
leves ou assintomáticos em isolamento social.
Em Araraquara, no interior de São Paulo, serão coletadas trinta amostras
de pacientes, dez para cada grupo dividido na pesquisa.
De cada grupo serão colhidas amostras nasais para determinação de carga
viral por RT-PCR (tipo de exame) e coleta de cinco mililitros de sangue para
extração de DNA e sequenciamento. As coletas estão previstas para ocorrerem
entre o final de julho e início de agosto.
“Os pesquisadores estão observando qual é o perfil genético desses diferentes
grupos com o objetivo de fazer o que chamamos de ‘medicina individualizada’, ou
seja, procurar diferenças de respostas à terapia, alvos terapêuticos envolvidos
na mudança genética, criar uma grande rede genômica de pacientes que possam
fazer com que os clínicos consigam melhor definir quem é aquele que melhor
responde às terapias que atualmente estão disponíveis”, explica a professora da
Universidade Estadual de São Paulo no campus de Araraquara, Christiane Pienna
Soares.
“É uma proposta interessante. O material genético vai ser sequenciado, vai
avaliar se temos mudanças de alguma sequência entre os grupos que poderiam
caracterizar evoluções diferentes”, completa a professora.
Instituições
participantes
O projeto será desenvolvido pela Rede Genômica IPEC/Guarapuava, com
pesquisadores de doze instituições de pesquisa do Paraná: a Universidade
Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG),
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do
Norte do Paraná (UENP), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),
Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e a Universidade Federal do Paraná
(UFPR), Faculdades Pequeno Príncipe (FPE-Curitiba), Instituto Carlos Chagas
(Fiocruz/PR), Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN) e a Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
O estudo conta ainda com quatro instituições paulistas: Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Faculdade de Ciências Farmacêuticas
(UNESP-Araraquara), Universidade de Araraquara (Uniara) e a Faculdade de
Medicina de Marília (Famema). Além delas, o projeto também agrega parcerias com
professores da USP Ribeirão Preto, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e
com a universidade americana de Illinois, entre outros.
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