Depois de muitos
anos de negociações, uma nova frente comercial se abre entre Santa Catarina e
China e vai incrementar ainda mais as exportações de carne suína para o gigante
asiático. A China informou o Ministério da Agricultura que habilitará novos
produtos e subprodutos de carcaças suínas produzidos em estabelecimentos
catarinenses.
“Essa é uma
excelente notícia para a cadeia da suinocultura industrial e vai impactar
positivamente o faturamento das indústrias exportadoras”, avalia o gerente
executivo do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado
(Sindicarne), Jorge de Lima.
A medida beneficia
de imediato as plantas industriais já habilitadas para exportar carne suína
congelada para aquele país e se constitui em oportunidade de ampliar as vendas,
que se mantêm em alta desde o início do ano. A China reduziu em 40% a produção
interna de suínos em razão da incidência da peste suína africana (PSA) e da
peste suína clássica (PSC).
De acordo com o
diretor, a nova frente de negociação – considerando apenas a capacidade dos
grandes grupos agroindustriais catarinenses – pode proporcionar embarques
adicionais de aproximadamente 7.000 toneladas por mês toneladas de subprodutos
com geração de 14 milhões de dólares ao mês em divisas. Computados os
pequenos e médios exportadores, a receita mensal chega a 15 milhões de dólares,
o que soma 180 milhões de dólares por ano.
Segundo
comunicado do Adido na China, serão autorizadas exportações de pé de porco,
língua, focinho, máscara, orelha e rabo como subproduto comestível. As
habilitações para estes novos produtos poderão ser obtidas após verificação do
atendimento dos requisitos chineses em auditoria do MAPA. Desta forma, não será
necessária visita técnica chinesa para os estabelecimentos já habilitados.
Os
estabelecimentos que desejarem obter habilitação para exportar novos produtos
para China deverão satisfazer alguns requisitos. O pé e a língua de suínos
devem ser provenientes de suínos nascidos, criados e abatidos no estado de
Santa Catarina. Os subprodutos e derivados comestíveis de suínos devem estar de
acordo com a legislação regulamentadora de ambos os países e conforme os
padrões de segurança alimentar e os requisitos estabelecidos pelo protocolo
bilateral assinado entre os dois países.
DESEMPENHO
As
exportações brasileiras de carne suína in natura somaram US$ 997,66 milhões de
janeiro a setembro de 2019, registrando um crescimento 30%. Em volume foram
embarcadas 456.758,4 toneladas no período, com variação positiva de 15%. Os
dados são do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior E
Serviços. O maior comprador da carne brasileira continua sendo a China que
somada a Hong Kong receberam 51% de toda carne embarcada no período. Com os
casos de Peste Suína Africana no país e as liberações dos estoques emergenciais
de carne, o país tem aumentado as importações. Os envios para China já são
quase 60% maiores na comparação com o mesmo período de 2018. Rússsia vêm na
segunda posição.
Entre os estados produtores, Santa Catarina segue como maior exportador, sendo responsável por 56,7% da carne exportada. De janeiro a setembro o Estado soma US$ 565,83 milhões e registra uma variação positiva de 31,9%. O Rio Grande do Sul registrou uma variação de 35% no período e é o segundo maior exportador: foi responsável por 24,,8 % do total embarcado, somando US$ 247,6 milhões no período. Na sequência vem o Paraná com 15,5% de participação, Minas Gerais com 1,30% e Mato Grosso com 0,99%.
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