Foto: Marcos de Lima/Peperi
O Grupo de Atuação
no Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de São Miguel do Oeste decidiu
arquivar o procedimento que investigava a suspeita de “saudação nazista”
por manifestantes durante ato público ocorrido na manhã desta
quarta-feira (02), em frente ao 14°RCMec, em São Miguel do Oeste. O
órgão, que integra o Ministério Público de Santa Catarina, entendeu que o gesto
não foi "intencional".
O Gaeco ouviu testemunhas
desde a manhã de hoje, e entendeu que os participantes não sabiam que o gesto
de estender o braço direito poderia ser associado a uma saudação ligada ao
nazismo.
Diante da
informação inicial do MPSC, de que o caso configuraria apologia e de que trabalhava
para identificar os participantes do protesto, o caso repercutiu nacionalmente.
A Confederação Israelita Brasileira foi uma das entidades que se manifestaram,
pedindo a investigação urgente.
Leia a nota
divulgada pelo GAECO:
"Após a
divulgação de vídeo em que manifestantes fizeram gestos que poderiam significar
apologia ao nazismo em manifestação na manhã desta quarta-feira (2/11), o
Ministério Público, por meio do GAECO - Grupo Regional São Miguel do Oeste,
realizou identificação de manifestantes, analisou imagens e conversou com
testemunhas dos atos, e avaliou que não houve intenção, aparentemente, de fazer
apologia ao nazismo, não havendo evidências de prática de crime, muito
embora a atitude ser absolutamente incompatível com o respeito exigido durante
a execução do hino nacional e poder gerar alguma responsabilidade.
A apuração
preliminar foi feita de forma célere e prioritária pelo GAECO diante da extrema
gravidade do fato noticiado. Segundo o apurado, o gesto realizado pelos
manifestantes foi executado após serem conclamados pelo locutor do evento,
empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou,
se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de "emanar energias
positivas".O relato foi confirmado por policial que acompanhava a
manifestação, bem como por diversos repórteres que estavam no evento.
Em diligências, não
restou evidenciada nenhuma ligação do referido locutor com nazismo, bem como
foram identificadas imagens que os manifestantes por diversos momentos
realizaram orações, inclusive se ajoelhando em frente ao quartel do Exército,
trazendo verossimilhança à narrativa que não se tratava de gesto nazista.
Ainda, da análise
das imagens, também ficou demonstrado que há divulgação de notícia não verídica
de presença de bandeira neonazista na manifestação de São Miguel do Oeste/SC,
pois a imagem não é compatível com o município em que a manifestação é
realizada.
Assim, das
diligências empreendidas, não foram identificados, até o momento, indícios de
prática de crime da Lei 7.716/89, entretanto o relatório produzido será
encaminhado para a 40ª Promotoria de Justiça da Capital, para o eventual
aprofundamento das investigações.
O Ministério
Público de Santa Catarina (MPSC) colocou a estrutura do Grupo de Atuação Especial
de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) à disposição do Estado de Santa
Catarina para auxiliar na investigação dos responsáveis pelo bloqueio de
rodovias em solo catarinense.
A oferta foi
feita na manhã da última terça-feira (1º/11), na primeira reunião do Gabinete
de Crise instituído pelo Governo do Estado."
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