Gasolina e gás contrabandeados na fronteira de SC com a Argentina são doados

Foto: Roberto Bortolanza/NDTV Chapecó

Foto: Roberto Bortolanza/NDTV Chapecó

06/11/2021 - 07h18

Todos os galões de combustível e os botijões de gás de cozinha apreendidos na fronteira entre a Argentina e o Extremo-Oeste de Santa Catarina serão doados para órgãos de segurança. A informação é da Receita Federal que coordena a Operação Nafta.

Os produtos são comprados na Argentina por preços menores que o vendido no Brasil e transportados de forma ilegal para serem revendidos como contrabando. O motivo é que no país vizinho a gasolina é vendida entre R$ 3,00 e R$ 3,50 o litro, ou seja, metade do preço comercializado em Santa Catarina.

A fronteira com a Argentina está aberta desde o dia 19 de outubro e de lá para cá aumentou o número de apreensões de contrabando e nem mesmo o gás de cozinha ficou de fora.

O produto é comercializado entre R$ 25,00 e R$ 30,00 o botijão de 10 kg e, por isso, atrai consumidores brasileiros. Porém, muitos brasileiros estão se deslocando até a Argentina para trazer combustível e gás de cozinha de forma irregular e clandestina.

O transporte ilegal dos produtos é feito pela fronteira seca. A divisa entre o Brasil e a Argentina é feita por uma praça, uma área que não é alfandegada e por onde começa o comércio ilegal.

Para impedir a prática ilegal, a Alfândega da Receita Federal de Dionísio Cerqueira realiza a Operação Nafta. As fiscalizações e apreensões estão ocorrendo entre Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen e também entre os municípios de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná.

Apreensões

Em apenas um veículo foram apreendidos 200 litros de gasolina. Desde o início da operação foram apreendidos 2 mil litros de gasolina, 400 litros de diesel e 120 botijões de gás de cozinha.

“A mercadoria é apreendida e recolhida pela Receita Federal. O carro também pode ser apreendido com a mesma penalidade. No fim desse procedimento a receita faz a representação fiscal para fins penais e os produtos são doados para órgãos de segurança”, explica o auditor fiscal da Receita Federal, Arnaldo Gonçalves Borteze.

Borteze destaca que os combustíveis não são comprados para consumo próprio, mas sim para revenda com valor intermediário que tornaria a compra interessante para o consumidor final.

Além disso, são transportados de maneira irregular e armazenados de forma precárias, o que gera graves riscos de explosões, causando perigo à população por se tratar de produtos inflamáveis.

“Não houve prisões até o momento, mas é possível que isso aconteça uma vez que percebemos um aumento na entrada de combustível e gás de cozinha de forma clandestina no Brasil”, pontua Borteze.

Em busca de um combustível com preço mais acessível, o auxiliar de escritório Gustavo Henrique Silveira, que mora em Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, atravessa a fronteira com a Argentina para abastecer o carro em Bernardo de Irigoyen. “No Brasil pagamos R$ 6.50 aqui não paga mais que R$ 3,50”, pontua Silveira.

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  • Jornal Regional



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