No momento em que
diversos municípios passam por uma transição de poder, com a chegada dos novos
gestores a partir de 1º de janeiro de 2021, as prefeituras precisam ficar
atentas quanto às informações referentes ao saneamento básico. Isso porque os
municípios brasileiros têm até 31 de dezembro de 2022 para elaborar seus Planos
Municipais de Saneamento Básico (PMSB).
A partir de 2023 o
plano será obrigatório para que as cidades possam receber recursos federais
para obras e ações de Saneamento Básico. O documento deve conter informações
sobre os serviços de água, esgotos, resíduos sólidos e drenagem das águas
pluviais urbanas.
Priscila Alvares,
analista técnica da área de Saneamento da Confederação Nacional de Municípios
(CNM), explica que o setor contém uma série de serviços, que ficam sob a
responsabilidade de diferentes secretarias municipais. De acordo com ela, o
grande desafio dos gestores é oferecer o serviço de forma integrada nos órgãos
do município.
“É importante que
haja uma clareza sobre o funcionamento do sistema de saneamento, para que o
gestor possa cada vez oferecer de forma integrada os serviços de abastecimento
de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem”,
explica.
A Lei nº 11.445/2007,
conhecida como Lei do Saneamento Básico, estabelece uma série de diretrizes ao
setor e determina que os municípios brasileiros devem elaborar um Plano de
Saneamento Básico. Um decreto publicado pelo
presidente Jair Bolsonaro neste ano obriga os gestores municipais a elaborem o
documento até o fim de 2022.
“Após 31 de
dezembro de 2022, a existência do plano de saneamento básico, elaborado pelo
titular dos serviços, será condição para o acesso aos recursos orçamentários da
União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou
entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico”, afirma trecho do decreto.
Segundo a Pesquisa
de Informações Municipais (Munic), levantamento do IBGE com informações de
2017, apenas 1.599 cidades do País haviam elaborado os seus planos, o que
equivale a 28,7% dos municípios brasileiros. Goiânia é um deles. Em Belém (PA),
o documento está na fase final de elaboração.
Para o presidente
da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de
Água e Esgoto (Abcon), Percy Soares Neto, a elaboração do documento é crucial
para a formulação de políticas públicas do setor.
“O prefeito deve
olhar para a sua cidade e saber como está o setor, quantas pessoas recebem o
abastecimento de água, qual o percentual da população que recebe coleta de
esgoto, se ele é tratado ou não. A partir daí, é possível traçar os rumos da
universalização do serviço”, argumenta.
Somado a essas medidas, em junho deste ano também foi sancionado o novo marco legal do saneamento básico, que tem como principal objetivo garantir que 99% dos brasileiros tenham acesso à água potável e 90% tenham acesso a coleta e tratamento de esgoto até 2033. A nova norma prevê também o fim dos lixões até o fim de 2024.
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