Governo deverá
lançar com valor de R$ 300 o Renda Brasil. O senador Márcio Bittar (MDB-AC)
afirmou que a criação do programa Renda Brasil – programa social para
substituir o Bolsa Família – deve ser incluída no texto de duas propostas
de emenda à Constituição (PECs) que já tramitam no Congresso e têm o objetivo
de controlar gastos públicos.
Bittar é relator de uma dessas PECs, a do Pacto Federativo. A outra proposta a abrigar o Renda Brasil deve ser a chamada PEC Emergencial. A explicação foi dada após reunião do senador com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Amanhã vai ter mais uma conversa da equipe econômica com o presidente da República. No que me diz respeito, está praticamente alinhavado que vai ser mesmo a união da PEC Emergencial, a dos Gatilhos, mais a 188 [Pacto Federativo], mais o Renda Brasil. Elas já caminham para austeridade fiscal”, afirmou o senador.
O Renda Brasil é
uma proposta que está sendo preparada pelo governo para unificar o Bolsa
Família e outros programas sociais. A medida poderá pagar até R$ 300 por
mês aos beneficiários, segundo fontes que vêm conversando com o governo
nas últimas semanas.
Após a reunião,
Bittar confirmou que Guedes projeta parcelas mensais
entre R$ 250 e R$ 300. Uma das possibilidades estudadas é a de
permitir que o beneficiário tenha outra fonte de renda e, ainda assim, possa
receber este pagamento.
“O que nós não
podemos permitir é chegar ao final do ano aumentando despesas sem cortar. Desde
o começo, o ministro Paulo Guedes está dizendo que vai ficar entre 250 e 300
reais [a parcela do Renda Brasil]”, diz o senador.
Segundo Bittar, o
texto para acoplar o Renda Brasil às duas PECs deve ficar pronto na próxima
segunda (31). O senador defende que o texto seja aprovado ainda neste ano, e
diz que vai conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
para acertar a data de votação.
Perguntado se a
desoneração da folha de pagamento de setores da economia estaria neste pacote a
ser analisado pelo Congresso, o parlamentar respondeu que não.
“Desoneração fica
fora [do relatório]. Mas ela vai entrar [em outro projeto]. A desoneração está mantida.
A ideia original é aquela que foi anunciada. Pretende-se desonerar o saldo de
um salário mínimo. A partir daí, seria 50% da contribuição patronal”, disse
Bittar.
O líder do MDB no
Senado, Eduardo Braga (AM), também se reuniu com Guedes nesta tarde. Ele
defendeu ao ministro que o Renda Brasil seja um programa permanente.
AS PECS EM TRAMITAÇÃO
A proposta do Pacto
Federativo, relatada por Márcio Bittar, traz mudanças no conjunto de regras
constitucionais que determinam a arrecadação de recursos e os campos de atuação
de União, estados e municípios e suas obrigações para com os contribuintes.
Na prática, a PEC
dá mais recursos e autonomia financeira para os entes.
O outro texto, a
PEC Emergencial, propõe que os gatilhos existentes no caso de
descumprimento do teto de gastos públicos sejam acionados, também, se a chamada
“regra de ouro” não for cumprida.
Esses mecanismos
são restrições impostas ao poder público, por exemplo, para realização de
concursos públicos, aumento de despesas obrigatórias, reajuste de salários do
funcionalismo e aumento do salário mínimo.
A “regra de
ouro” é um mecanismo da Constituição que impede o governo federal de
emitir dívida para pagar despesas correntes, como salários e contas de consumo
da administração pública.
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