Foto: Ari Versiani/divulgação
O Grupo Urca
Energia anunciou ontem (07) a construção de uma usina de produção de gás
carbônico (CO2) verde no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica,
município da região metropolitana do Rio de Janeiro. A planta será a primeira
no Brasil a produzir CO2 verde pelo aproveitamento de biometano gerado a partir
de resíduos orgânicos de aterro sanitário e faz parte do portfólio da Gás
Verde, recém-adquirida pela Urca Energia.
Os investimentos na
construção e aquisição dos equipamentos da nova planta de CO2 verde alcançaram
R$ 45 milhões e integram o investimento total na Gás Verde de R$ 1,2 bilhão.
A Gás Verde já tem
uma usina de biometano em Seropédica e duas plantas de geração de energia
elétrica a partir de biogás em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e São Gonçalo,
região metropolitana do Rio. Essas duas unidades serão transformadas em usinas
de biometano até 2023.
A expectativa é que
a planta comece a operar em 18 meses. A usina vai gerar em torno de 100
toneladas de gás carbônico verde por dia, o que representa aproximadamente 10%
do consumo diário do Brasil, que é de 1,1 mil toneladas. O CO2 verde tem
variadas utilizações. Na indústria de alimentos e bebidas, é usado nos processos
de gaseificação de líquidos e congelamento de alimentos; na metalurgia, no
tratamento térmico de soldas; e no setor de saneamento, no tratamento de
efluentes.
Diversificação
O secretário de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG) do Ministério de Minas e Energia
(MME), Rafael Bastos, afirmou que embora o Brasil já tenha a matriz mais
diversificada do mundo, com cerca de 48% de fontes renováveis, a usina é mais
um passo na ampliação dessas matrizes energéticas. “Nós continuamos avançando.
Este é um grande passo nessa direção. Mais um empreendimento que vem trazer
mais uma alternativa energética para o Brasil e nós estamos tomando iniciativas
que vão nesse sentido”, disse.
Rafael Bastos
salientou que o Rio de Janeiro é uma potência energética do país, produzindo
80% do petróleo e 64% do gás natural do Brasil. Nos últimos seis anos, a
produção de petróleo fluminense aumentou 30% e a de gás natural, 55%.
“Iniciativas como esta do Grupo Urca Energia vão ao encontro da política
energética nacional que busca o uso de fontes alternativas de energia e
biocombustíveis de bases econômicas, ambientais e sociais”, destacou.
Estudo da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao ministério, aponta um potencial de
produção de 3,9 bilhões de metros cúbicos de biometano no Brasil até 2031. A
intenção do MME é possibilitar o enquadramento de projetos de biocombustíveis
renováveis no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da
Infraestrutura (REIDI)para benefícios à implantação de projetos estruturantes.
Energia limpa
Para o secretário
de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais do
Rio de Janeiro, Vinicius Farah, os investimentos da Urca Energia e a
inauguração da usina de biogás ampliam a geração de energia limpa no estado. “E
somam-se a um número significativo de projetos de energia solar, eólica e de
hidrogênio verde que tornarão o Rio uma referência nacional em fontes
renováveis”, acrescentou.
O diretor-executivo
do Grupo Urca Energia, Marcel Jorand, assegurou que a empresa busca realizar
investimentos que repercutem positivamente no meio ambiente. “E é isso o que
ocorre ao tratarmos o gás carbônico para que seja aproveitado por diversas
indústrias. Trabalhamos para oferecer alternativas ambientalmente melhores”,
indicou.
A expectativa é
gerar mais de 500 empregos na construção da nova planta. As três usinas juntas
vão produzir, dentro de 24 meses, volume da ordem de 400 mil metros cúbicos de
metano por dia.
Pureza
O gás carbônico
verde alcança um grau de pureza para o consumo como alimento, atendendo à norma
internacional determinada pela Food and Drug Administration (FDA), órgão que
controla a qualidade de medicamentos, alimentos e bebidas nos Estados Unidos. A
diferença, segundo ele, é que o CO2 verde nacional tem na sua origem o
combustível renovável, o que significa que o processo evita a emissão de gases
de efeito estufa.
Segundo o Grupo
Urca Energia, é gerada uma corrente de gases composta por 42% de gás carbônico
no processo de tratamento do biogás para biometano. Essa corrente será enviada
por dutos da usina de biometano para a usina de CO2 verde, onde será tratada,
visando elevar a concentração do gás carbônico a 99%.
Em seguida, o gás
passará pelo processo de liquefação e será estocado para venda futura a
distribuidoras e comercializadoras. A Gás Verde já tem contrato firmado com a
Ambev, em janeiro deste ano, para fornecimento de biometano a ser usado na
planta industrial de Cachoeiras de Macacu (RJ) da empresa.
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