Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom
A pedido do governador Carlos Moisés, o Governo do Estado
realizou um levantamento com entidades econômicas e turísticas sobre a
possibilidade do retorno do horário de verão. A posição das instituições é
praticamente unânime pelo retorno do mecanismo de adiantar uma hora nos
relógios durante a temporada. Foram consultadas as lideranças empresariais do
setor de hospedagem, de eventos, bares e restaurantes, do comércio e também do
turismo.
Para o presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo de
Santa Catarina (Santur), Renê Meneses, os benefícios para o setor são diversos
com o retorno do programa. “Além de diminuir os custos, o horário de verão traz
para o turismo um aumento no fluxo de pessoas em um horário que propicia
viagens, aquisição de produtos e também diversas outras formas de atividades
turísticas, como bares, restaurantes e hotéis. Em nossa consulta com o trade,
vimos que todos são favoráveis”, disse.
"Santa Catarina é favorável à mudança para horário de
verão, pois iria minimizar a crise energética causada pela escassez
hídrica", completou o secretário de Estado da Fazenda (SEF), Paulo Eli.
Entidades a favor do horário verão
A iniciativa é defendida pelas principais entidades dos setores produtivos, como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio), a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV-SC), Associação de Brasileira de Bares e Restaurantes de SC (Abrasel-SC), Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc-SC), Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH-SC), Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santa Catarina (Fhoresc) e também o Fórum de Turismo de Santa Catarina (Fortur).
"A nossa Federação apoia o horário de verão como fator
de benefício para o turismo, em especial porque o turista aproveita mais nossas
praias e propicia a frequência de bares e restaurantes por mais tempo. Dessa
forma, a economia do consumo de energia se junta com mais horas de
aproveitamento do ócio que o visitante busca na alta temporada”, fala o
presidente da Fhoresc, Estanislau Bresolin.
O vice-presidente da Fecomércio, Emílio Rossmark Schramm,
aponta ainda o avanço no calendário de vacinação para reforçar a posição das
entidades. “A volta do horário de verão pode ser uma medida estratégica para
impulsionar a retomada do comércio, serviços e turismo no fim do ano. Com o
avanço da imunização e a diminuição das medidas de isolamento, as pessoas se
sentem mais seguras e podem usar o horário extra para diversas atividades,
principalmente as relacionadas ao turismo, além de circular por mais tempo no
comércio e consumir mais serviços”, explica. Ele complementa, ainda, que o
Turismo foi um dos mais afetados pela pandemia, com perdas de 10,1% nos últimos
12 meses no Estado.
“Fizemos uma pesquisa com os nossos associados e, apesar de
não sermos técnicos no assunto, entendemos também como uma questão ambiental.
Se agravar a crise hídrica, iremos ter mais prejuízos no setor. Então, com o
horário de verão, diferentes áreas de eventos serão beneficiadas”, destaca a
presidente da Abeoc-SC, Jane Balbinotti.
A presidente da ABAV-SC, Maria Conceição Junckes, compreende
que o turista também tem ganhos com a mudança de rotina. “O horário de verão
tem muito a contribuir principalmente para a retomada do setor, pois, com o dia
mais longo, o turista aproveita mais a infraestrutura turística oferecida”,
disse. Já o presidente da Abrasel, Raphael Dabdab destaca que essa é uma forma
de evitar também o racionamento. “Também não queremos que a energia elétrica
aumente o valor. Na grande maioria dos destinos turísticos, o horário de verão
favorece no ganho da receita das atividades. É bom para todo o nosso setor,
ainda mais em um ano tão importante de retomada”, ressalta.
Relevância do dia prolongado
O agravamento da crise energética, crescente em todo o país nos últimos meses, faz com que o retorno do programa seja discutido. O horário de verão adia em uma hora o fim do dia e, além disso, tem relevância na diminuição do consumo de energia elétrica. Vale destacar que o Governo de Santa Catarina deve, a partir do apoio dos setores econômicos e de turismo, manifestar-se favorável. Entretanto, a decisão cabe ao Governo Federal.
O horário de verão foi extinto em 2019 e, de acordo com
especialistas ouvidos por diferentes setores do grupo econômico do estado,
garante um melhor uso da iluminação natural.
"Sob o ponto de vista técnico, estudos mostram que muito
pouco se tem de ganhos com o horário de verão adiantando uma hora nos relógios,
já no ponto de vista econômico tem se mostrado com resultados positivos e
vários segmentos são beneficiados com mais uma hora de luz natural, por exemplo
setores de bares, lazer e mesmo o comércio. Diante de uma possível crise
energética, o horário de verão pode vir a contribuir e reduzir o custo
energético para grande parte da sociedade", esclarece o presidente da
Facisc, Sérgio Alves.
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