O Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos é comemorado em
27 de setembro, mas todo o mês é dedicado ao incentivo e conscientização da
importância da doação de órgãos, denominado Setembro Verde. No primeiro
semestre de 2020, mesmo com a situação de emergência em saúde pública devido à
pandemia da Covid-19, o Sistema Estadual de Transplantes (SC Transplantes)
registrou 145 doações efetivas de múltiplos órgãos e tecidos, acima do mesmo
período no ano anterior, quando houve 137 doações.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO),
Santa Catarina está em segundo lugar em doações de órgãos no primeiro semestre
deste ano, atrás apenas do Paraná. O Estado atingiu o índice de 40,5 doações de
órgãos efetivas por milhão de população (pmp), sendo que a média nacional foi
de 15,8 pmp.
De acordo com o coordenador do SC Transplantes, o médico Joel de Andrade,
foi um começo de ano muito positivo, antes da pandemia, com 79 doações de
múltiplos órgãos e tecidos de janeiro a março, seis a mais que no mesmo período
no ano anterior. “Terminamos junho com oito doações a mais que no ano anterior
no mesmo período. Mas veio julho e agosto nos colocando com quatro doações a
menos que em 2019”, explica Andrade.
O número de doações de órgãos e tecidos no estado de janeiro a agosto
deste ano (189) teve uma pequena queda em relação ao mesmo período de 2019
(193).
Transplantes
O transplante de órgãos e tecidos, entre janeiro e março de 2020, chegou a
345 procedimentos. Com os meses de abril a agosto, alcançou 624 transplantes.
Deste total, 380 foram de córneas e 244 de órgãos (rim, fígado, coração e
rim/pâncreas). Já em 2019, foram realizados 304 transplantes de órgãos e
tecidos entre janeiro e março, 41 a menos que neste ano. Mas até agosto, chegou
a 665 procedimentos.
“A primeira coisa que tem que ser explicada é que os números têm relação
com a proibição do Ministério da Saúde em fazer transplantes de córneas. Como
mais da metade dos transplantes feitos são de córneas, esses procedimentos
foram perdidos, não tem como recuperar. No entanto, os transplantes de órgãos
que se mantiveram ativos tiveram uma discretíssima redução com relação ao ano
passado”, ressalta Andrade.
Segundo pesquisa realizada pela ABTO no primeiro semestre de 2020, Santa
Catarina está em segundo lugar da lista em transplantes renais com uma média de
40,8 pmp, atrás apenas do Paraná, com 45,7 pmp, sendo que a média nacional é de
23 pmp.
Aumenta autorização das famílias
As equipes profissionais que atuam nos casos de transplantes por todo o
estado são fundamentais para os bons índices alcançados neste momento de
pandemia. Um dos pontos é manter a redução da recusa dos familiares em doar os
órgãos.
A taxa de não autorização da família para a doação de órgãos, de janeiro a
agosto deste ano, ficou em 27,2%, menos que no mesmo período no ano anterior,
com 28,2%. “Estamos trabalhando na queda desta taxa ano após ano. O apoio das
famílias catarinenses e os processos de treinamento e comunicação adequada para
essas situações críticas são essenciais”, complementa Joel.
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