A venda de uma aeronave e a compra de passagens em voos
comerciais irão representar uma economia de 95% com os deslocamentos do
governador Carlos Moisés, conforme levantamento da Casa Civil do Estado de
Santa Catarina. Ao abrir mão do jato Cessna Citation II 550, o chefe do
Executivo deixará de gastar até R$ 4,5 milhões por ano. O avião foi comprado
pelo Governo de Mato Grosso do Sul por cerca de R$ 3,2 milhões. O contrato foi
publicado no Diário Oficial desta segunda-feira, 9.
“Diminuímos 95% das despesas ao usar voos comerciais. O governo chegou a
gastar, nas gestões anteriores, até R$ 6 milhões por ano. Até o fim deste ano
não vamos gastar nem R$ 200 mil. O transporte aéreo é importante, porque um
governador precisa participar de reuniões fora do estado, mas é preciso fazer
isso da forma mais econômica possível. O governador pode voar como as outras
pessoas fazem. É uma economia que pode estar na saúde, na educação, na
infraestrutura e na segurança", afirmou Carlos Moisés. Desde que
assumiu o cargo em janeiro, o governador usa voos comerciais para viagens
dentro e fora do Estado, assim como todo o secretariado.
O chefe da Casa Civil, Douglas Borba, assinou o contrato que repassa o
avião para a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica do Mato
Grosso do Sul em 5 de setembro. O jato, fabricado em 1989, tem capacidade para
nove pessoas (sendo dois tripulantes e sete passageiros). O valor é resultado
de laudo técnico e será pago em quatro parcelas iguais de R$ 805.802,63. Houve
dispensa de licitação para a venda por se tratar de negociação entre dois entes
federativos.
“Mesmo sem utilização, o custo operacional para a manutenção do jato é
alto. Então, a venda da aeronave é uma grande conquista para o governo. Soma-se
a isso o fato de o governador não ter usado nenhuma vez este avião, reduzindo
drasticamente os custos com viagens”, afirmou Douglas Borba.
Economia mensal com manutenção
A venda da aeronave também evitará que o Governo tenha de pagar, em média,
R$ 120 mil por mês com manutenção. O coordenador de Transporte Aéreo da Casa
Militar, Major BM George de Vargas Ferreira, explica que, embora seja um valor
significativo, a manutenção foi extremamente necessária. “Precisamos manter o
jato em perfeitas condições de aeronavegabilidade. Se as manutenções
obrigatórias não fossem feitas, teríamos a depreciação do bem e a perda de
preço no mercado. Provavelmente, também não encontraríamos compradores”,
ressaltou Ferreira.
O jato será entregue somente após pagamento da primeira parcela, que
deverá ocorrer até 20 dias úteis após a assinatura do contrato, ou seja, 3 de
outubro. A transferência definitiva da propriedade para o Estado de Mato Grosso
do Sul ocorrerá após a quitação total das parcelas. O Cessna Citation II
encontra-se em Belo Horizonte (MG), em hangar onde passava por manutenção.
A economia prevista pela Casa Civil com a venda considera as despesas
diretas com o jato, como combustíveis, atendimento de pista, salários e diárias
de pilotos, seguros, taxas e cursos, além de locação de outros aviões quando
havia indisponibilidade de uso das aeronaves próprias. Os gastos representaram,
em 2017, o montante de R$ 4,8 milhões, e em 2018, de R$ 4,5 milhões. Cerca de
R$ 1 milhão eram usados anualmente para pagamento de combustível. A média
mensal dos custos chegava a R$ 389 mil.
Em passagens aéreas no período de janeiro a julho, o governador Carlos
Moisés e seu staff direto (2 pessoas) gastaram cerca de R$ 75 mil em agendas
oficiais, um valor médio mensal de R$ 9,4 mil. A estimativa da Casa Civil é que
o custo total em 2019, com os mesmos parâmetros de 2017 e 2018, não ultrapasse
R$ 200 mil.
O governador ainda tem à disposição outra aeronave, o Carajá (PT-RFT), de
1983, que tem sete lugares e não está em uso. Como não há outros estados
interessados na compra, o avião está em processo de venda por leilão. O Carajá
está avaliado em 494 mil dólares.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook