O governo federal
estima que as novas parcelas do novo Auxílio Emergencial, que começam a
ser pagas nesta terça-feira (6), vão injetar R$ 44 bilhões na economia.
A nova rodada terá
quatro parcelas com valor médio de R$ 250. Mulheres chefes de família receberão
R$ 375 e pessoas que vivem sozinhas, R$ 150. O total de beneficiados atingirá
45,6 milhões.
No ano passado, as
cinco primeiras parcelas foram de R$ 600 e mais quatro de R$ 300, além do dobro
do valor para as mães solteiras. O total pago chegou a R$ 293,1 bilhões para
67,9 milhões de pessoas.
O presidente da
Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirma que o pagamento do novo
auxílio vai refletir em um aumento no consumo e aquecimento da economia. “É
muito importante porque uma parcela da população mais carente que consome
tudo”, disse Guimarães.
Na avaliação do
presidente da Caixa, esse recurso vai virar consumo entre as pessoas que serão
beneficiadas. “Como aconteceu ano passado, faremos esse pagamento rápido, de
uma maneira ágil, que terá benefício por esse consumo quase integral de R$ 44
bilhões”, afirmou.
No ano passado,
somente por meio do aplicativo Caixa Tem, o benefício movimentou diretamente em
lojas e supermercados R$ 47,6 bilhões, sendo R$ 35,5 bilhões em compras por
cartão virtual e R$ 12,1 bilhões em QR Code.
Menos
beneficiados
Além de alcançar
menos beneficiados, com menor valor das parcelas, a rodada deste ano não
abrirá novo cadastro para quem ficou de fora do programa em 2020, mas
agora precisaria da ajuda. Serão beneficiadas pessoas que já estavam
cadastradas pelo Cadastro Único, pelo aplicativo da Caixa ou Bolsa Família.
Para a economista
Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, o benefício desta vez não terá
apelo em termos de impulso na atividade econômica. “O novo auxílio emergencial
tem um caráter assistencialista, e não de impulso fiscal”, afirma Camila.
Ela explica que o
novo recurso tem também um perfil diferente das rodadas anteriores, quando
parte da população acabou adquirindo um potencial de compra até mesmo de bens
industrializados. “Agora a inflação de alimentação está bem elevada e a gente
imagina que esse auxílio seja para subsistência”, avalia a economista.
O dinheiro
repassado pelo governo federal às famílias de baixa renda e trabalhadores
informais impediu que o tombo do PIB (Produto Interno Bruto), de 4,1%,
fosse ainda maior no ano passado. Foi consenso entre economistas que o auxílio
emergencial foi fundamental para o varejo e, se não houvesse o benefício, a
queda teria sido muito maior.
Mas com o recurso
mais enxuto e para menos beneficiados esse efeito não deve se repetir.
“Diferentemente do ano passado, quando boa parte do recurso foi destinada ao
consumo, agora as famílias devem usar o dinheiro para pagar contas atrasadas,
já que estão há três meses sem receber, sobrando muito pouco para algo que
aceleraria o crescimento do Brasil”, avalia o economista Jean Malta, assessor e
sócio da Valor Investimentos.
Para ele, mesmo o
programa tendo um custo menor este ano também atrapalha a questão fiscal. No
ano passado, o benefício custou mais de R$ 290 bilhões à União. Agora, a
previsão é gastar R$ 44 bilhões.
“A gente tem
observado a saída de investimentos estrangeiros tanto em fevereiro como em
março. Essa saída deprecia o câmbio, e a gente pode ter alta do dólar nos
próximos meses e, claro, inflação elevada”, avalia.
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