Governo prevê reduzir isolamento em cidades com poucos casos

06/04/2020 - 20h49

O Ministério da Saúde fez uma previsão que a partir de 13 de abril, próxima segunda-feira, localidades onde o número de casos confirmados de covid-19 não ultrapassar mais de 50% dos leitos ocupados de seu sistema de saúde, vão poder fazer uma transição do distanciamento social (a quarentena) para o distanciamento social seletivo, mais flexível.

As cidades que se enquadrarem neste cenário vão poder liberar a circulação da maioria das pessoas e até a abertura do comércio, impondo restrições para apenas alguns grupos, normalmente aqueles com mais riscos de desenvolver a doença.

"Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomácos [sem sintomas]", afirma o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde detalhando a medida, frisando que um dos objetivos é "promover o retorno gradual às atividades laborais com segurança, evitando uma explosão de casos sem que o sistema de saúde local tenha tempo de absorver".

Neste caso, somente idosos e pessoas com doenças crônicas (diabetes, doenças do coração) ou condições de risco como obesidade e gestação de risco, deverão permanecer em quarentena.

A publicação do documento foi informada pelo secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, em coletiva de atualização dos casos e situação da covid-19 no Brasil na tarde desta segunda-feira (6) em Brasília.

"Lembro que a epidemia não é igual em todos os estados. Temos localidades que não teria neste momento nenhuma indicação de estar fazendo medida de distanciamento social. Temos locais que precisam ter o distanciamento social implementado, não temos dúvidas disso, mas tem locais que precisam ter uma estratégia diferenciada de distanciamento social, por isso publicamos hoje este boletim epidemiológico", afirmou Oliveira.

O secretário destacou ainda que as medidas de isolamento são mais para que o sistema de saúde se prepare para atender as pessoas com a doença do que necessariamente impedir a transmissão.

"O distanciamento social não é para impedir a transmissão, o paciente é o sistema de saúde, não é a pessoa", explicou Oliveira, afirmando ainda que neste período as cidades precisam se preparar com equipamentos de proteção individual, respiradores mecânicos, testes laboratorias e leitos em quantidades suficientes para atender a população.

Apesar das recomendações, o documento do Ministério da Saúde também pondera que a flexibilização neste isolamento pode refletir em um aumento na curva do número de casos.

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