O presidente Jair
Bolsonaro anunciou, nesta segunda-feira (24), pelo Twitter, que decidiu
prorrogar por mais dois meses o programa que permite empresas poderem reduzir jornada e salário dos funcionários durante
a pandemia do novo coronavírus.
“Acabei de assinar
um decreto prorrogando por dois meses um grande acordo onde o governo entra com
parte do recurso de modo que venhamos a preservar 10 milhões de empregos no
Brasil", anunciou Bolsonaro em gravação feita ao lado do ministro da
Economia, Paulo Guedes, e do secretário especial adjunto de Previdência e
Trabalho, Bruno Bianco.
"A saúde não
pode ficar dissociada do emprego", afirmou o presidente. O programa foi anunciado
em abril como medida para evitar um aumento ainda maior do desemprego diante da
pandemia do novo coronavírus, que provocou restrições no funcionamento ou mesmo
o fechamento de parte do comércio e da indústria.
A medida provisória
inicial, que foi sancionada no início de julho e transformada em lei, previa a
suspensão dos contratos de trabalho por até dois meses e a redução da jornada e
de salários em até 70% por até três meses. No dia 14 de julho, o governo
publicou a primeira prorrogação do programa, elevando para até 4 meses o
período em que as empresas poderiam reduzir jornada e salário dos funcionários,
e também fazer a suspensão dos contratos.
O decreto com a
segunda prorrogação foi assinado nesta segunda-feira (24), por Bolsonaro e publicado
em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Isso significa que as
empresas vão poder tanto suspender contratos quanto reduzir jornada de trabalho
e salários por um período de até seis meses.
Durante a vigência
dos acordos, a União entra com uma contrapartida para ajudar a complementar a
renda dos trabalhadores até o limite do seguro-desemprego (R$ 1.813). O gasto
estimado com o pagamento dos benefícios é de R$ 51,6 bilhões. Até agora, no
entanto, foram desembolsados R$ 20,7 bilhões, o que permite ampliar o período
em que as medidas podem ser tomadas com compensação pelo governo federal.
Até agora, o
programa registra 16 milhões de acordos celebrados para suspensão de contratos
ou a redução de salários e jornada de trabalho, com impacto para 9,6 milhões de
trabalhadores. Na publicação, Bolsonaro também escreveu que "o Brasil
voltou a gerar empregos, mas alguns setores ainda estão com dificuldades em
retomar 100% de suas atividades".
O secretário
especial Bruno Bianco afirmou que os resultados do Caged de julho foram
positivo e que a economia "já começa a retomada". Após quatro meses
de destruição de empregos na pandemia de covid-19, o mercado de trabalho
brasileiro registrou o primeiro resultado positivo em julho, com a criação
líquida de 131.010 vagas com carteira assinada.
Os dados do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) trouxeram ainda o melhor
desempenho para o mês desde 2012.
Em nota, a
Secretaria-Geral escreveu que "diante do cenário incertezas causadas pela
doença (da covid-19), sobretudo pela permanência de medidas restritivas de
isolamento social verificadas em vários municípios, faz-se necessária a
prorrogação do prazo máximo de vigência dos acordos, para permitir que as
empresas que estão em situação de vulnerabilidade possam continuar sobrevivendo
a este período de calamidade e, desta forma, preservar postos de trabalho e
projetar uma melhor recuperação econômica ao fim das medidas restritivas".
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