Com a moderação do
Centro de Apoio da Infância e Juventude do Ministério Público de Santa Catarina
(CIJ-MPSC), foram iniciadas as discussões para estabelecer propostas de
consenso entre todos os envolvidos na retomada das aulas após a suspensão das
atividades presenciais determinadas como medidas de contenção e prevenção à
pandemia de covid-19 no estado. A videoconferência, com mais de duas horas de
duração, ocorreu na tarde desta quinta-feira (4/6).
O encontro virtual
reuniu órgãos de controle, organizações representativas das redes estadual e
municipais de educação e dos conselhos municipais de educação, o Conselho
Estadual de Educação (CEE) e a Secretaria de Estado de Educação (SED) - veja a
lista ao final da notícia.
"Como cada
sistema de ensino - municipal e estadual - tem autonomia, estamos tentando
construir alguns consensos mínimos para que não haja grandes diferenças entre
as escolas", explica o Coordenador do CIJ, Promotor de Justiça João Luiz de
Carvalho Botega. Segundo ele, esse tipo de interlocução é definido por lei como
"regime de colaboração". A rede privada de ensino integra os sistemas
estadual e municipal de ensino.
O Promotor de
Justiça Marcelo Brito de Araújo, da 25ª PJ da Capital, que tem abrangência
estadual para trabalhar nas questões relativas à qualidade do ensino, solicitou
aos participantes, ao final da reunião, atenção especial na elaboração dos
planos de ação para a volta às aulas, para que seja possível verificar, de
forma objetiva, a qualidade da retomada das atividades de maneira que os alunos
não sejam prejudicados pedagogicamente nem o trabalho dos professores seja
impactado pela sobrecarga.
Também foi
manifestada a preocupação com o impacto do crescente número de alunos da rede
privada que está migrando para as escolas públicas do estado e dos municípios
devido à crise econômica decorrente da pandemia.
Embora a reunião
não tivesse o objetivo de já apresentar alguma proposta, foram definidos os
pontos em comum que preocupam todos os atores envolvidos no processo e
parâmetros mínimos que devem ser perseguidos para a elaboração das medidas: a
definição da data do retorno deve ser feita pela Secretaria de Estado da Saúde;
o protocolo das medidas sanitárias deve ser definido pelas autoridades
sanitárias, não pelas secretarias de educação; as realidades de cada região e
município devem ser respeitadas; deve-se unificar as medidas de maneira que os
alunos dos sistemas públicos - estadual e municipais - e a da rede privada
tenham oportunidades igualitárias para recuperar os conteúdos e não sejam
prejudicados devido a políticas diferenciadas para a retomada; deve-se
respeitar a carga horária mínima definida em lei; a volta às atividades
presenciais deve ser escalonada a fim de evitar aglomerações, inclusive com
aulas em dias intercalados, turno e contraturno e continuidade das aulas
remotas para a complementação de conteúdo; deve-se respeitar a autonomia das
escolas; e os recursos públicos deverão ser aplicados de forma rigorosa, de acordo
com a lei.
O grupo também
decidiu que irá se reunir pelo menos uma vez por semana e perseguir a meta de
apresentar a proposta de protocolo único para a retomada das aulas até, no
máximo, o dia 15 de julho, trabalhando com a perspectiva atual de que as escolas
sejam autorizadas a reabrir plenamente a partir de agosto.
Participam do grupo
o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Tribunal de Contas do Estado
(TCE-SC), o Ministério Público de Contas (MPC-SC), a Secretaria de Estado de
Educação (SED), a Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), o Conselho
Estadual de Educação (CEE), a União Nacional do Conselhos Municipais de
Educação (UNCME-SC) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME).
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