Grupo pode ter atuado para lucrar R$ 16 milhões no caso dos respiradores, indica investigação

12/05/2020 - 11h31

O grupo investigado na compra dos respiradores pelo Governo de Santa Catarina pode ter atuado para obter um lucro de cerca de R$ 16 milhões com o negócio, indicam as investigações da polícia.

O valor foi apontado pelo delegado Rodrigo Schneider, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Os 200 respiradores foram comprados da empresa Veigamed pelo governo catarinense por R$ 33 milhões, com dispensa de licitação e pagamento antecipado, para atender a pacientes com Covid-19. Os equipamentos ainda não foram entregues.

Entre os investigados pela polícia na suposta fraude estão o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, que pediu exoneração no domingo (10), dois sócios da empresa Veigamed, um médico, um empresário e um advogado. Eles teriam atuado em favor da empresa no processo de compra.

Segundo o delegado Rodrigo Schneider, as primeiras investigações indicam que os respiradores foram negociados por um valor superior ao que deveriam realmente custar, o que geraria, conforme cálculos da polícia, um lucro líquido de 100% para os envolvidos no esquema.

— Os indicativos são de que a empresa talvez nunca tivesse a intenção de entregar o primeiro equipamento, e sim o segundo equipamento, que sai mais barato. Pelo que a gente apurou, isso daria um lucro líquido de 100%, de R$ 16 milhões. E com isso várias pessoas podem lucrar, não só os empresários que participaram. Agentes públicos tanto de Santa Catarina quanto do Rio de Janeiro também — declarou o delegado.

O caso segue sendo investigado por uma força-tarefa que envolve Ministério Público (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e Polícia Civil. 

No sábado (9), a força-tarefa deflagrou a Operação Oxigênio, que cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina e outros três estados, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. 

O MP-SC chegou a pedir a prisão temporária do ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, e de outras sete pessoas investigadas no processo sobre a compra de 200 respiradores. O pedido foi negado pela Justiça.

As informações da investigação sobre a compra dos aparelhos se tornaram públicas nesta segunda-feira (11), depois que a Justiça retirou o sigilo do inquérito atendendo a um pedido do MP-SC feito no fim de semana.

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  • NSC



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