O grupo investigado
na compra dos respiradores pelo Governo de Santa Catarina pode ter atuado para
obter um lucro de cerca de R$ 16 milhões com o negócio, indicam as
investigações da polícia.
O valor foi
apontado pelo delegado Rodrigo Schneider, da Diretoria Estadual de
Investigações Criminais (Deic).
Os 200 respiradores
foram comprados da empresa Veigamed pelo governo catarinense por R$ 33 milhões,
com dispensa de licitação e pagamento antecipado, para atender a pacientes com
Covid-19. Os equipamentos ainda não foram entregues.
Entre os
investigados pela polícia na suposta fraude estão o ex-secretário de Estado da
Casa Civil, Douglas Borba, que pediu exoneração no domingo (10), dois sócios da
empresa Veigamed, um médico, um empresário e um advogado. Eles teriam atuado em
favor da empresa no processo de compra.
Segundo o delegado
Rodrigo Schneider, as primeiras investigações indicam que os respiradores foram
negociados por um valor superior ao que deveriam realmente custar, o que
geraria, conforme cálculos da polícia, um lucro líquido de 100% para os
envolvidos no esquema.
— Os indicativos
são de que a empresa talvez nunca tivesse a intenção de entregar o primeiro
equipamento, e sim o segundo equipamento, que sai mais barato. Pelo que a gente
apurou, isso daria um lucro líquido de 100%, de R$ 16 milhões. E com isso
várias pessoas podem lucrar, não só os empresários que participaram. Agentes
públicos tanto de Santa Catarina quanto do Rio de Janeiro também — declarou o
delegado.
O caso segue sendo
investigado por uma força-tarefa que envolve Ministério Público (MPSC),
Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e Polícia Civil.
No sábado (9), a
força-tarefa deflagrou a Operação Oxigênio, que cumpriu 35 mandados de busca e
apreensão em Santa Catarina e outros três estados, Rio de Janeiro, São Paulo e
Mato Grosso.
O MP-SC chegou a
pedir a prisão temporária do ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas
Borba, e de outras sete pessoas investigadas no processo sobre a compra de 200
respiradores. O pedido foi negado pela Justiça.
As informações da
investigação sobre a compra dos aparelhos se tornaram públicas nesta
segunda-feira (11), depois que a Justiça retirou o sigilo do inquérito
atendendo a um pedido do MP-SC feito no fim de semana.
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