Há um longo caminho até o fim da pandemia, diz OMS
13/05/2020 - 20h48
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou, nesta quarta-feira (13), que ainda
há um "longo caminho" até o fim da pandemia de Covid-19, doença
causada pelo novo coronavírus. A entidade foi questionada sobre o protocolo
para "desfazer" o alarme de pandemia ao redor do mundo, declarado no dia 11 de
março.
"É muito difícil prever
quando vamos prevalecer sobre o vírus", disse o diretor de emergências da
OMS, Michael Ryan. "E pode ser que nunca aconteça. Pode ser que nunca
desapareça, que se torne endêmico, como outros vírus. O HIV não desapareceu",
lembrou.
"Nós passamos a lidar com o vírus, e achamos os
tratamentos, achamos os métodos de prevenção, e as pessoas não sentem tanto
medo como sentiam antes. Oferecemos vidas longas e saudáveis a pessoas com
HIV", disse. "Não estou comparando as duas doenças, mas é importante
sermos realistas".
"Não acho que ninguém pode
prever quando ou se essa doença vai desaparecer. Nós temos uma grande
esperança: se acharmos uma vacina altamente eficaz, que possamos distribuir
para todos os que precisam no mundo, podemos ter uma chance de eliminar o
vírus", declarou Ryan.
Mas a implementação da vacina terá que passar por algumas
etapas, explicou. Além de eficaz e disponível a todos, as pessoas terão que usá-la.
"Antes de começarmos a responder a essa pandemia no dia 31 de dezembro,
tínhamos equipes no Pacífico Ocidental trabalhando com sarampo. Eu acho que
havia 14 ventiladores [mecânicos] na Samoa Ocidental naquela época. E todos os
14 estavam ocupados por crianças pequenas. E estavam ocupados por crianças
pequenas que tinham uma doença devastadora: se chamava sarampo. E elas não eram
vacinadas contra essa doença." – Michael Ryan, diretor de emergências da
OMS
"Desculpem-me se sou cínico", continuou
Ryan. "Mas temos vacinas perfeitamente eficazes neste planeta que não
usamos de forma eficiente. Para doenças que poderíamos eliminar e erradicar – e
nós não fizemos isso. Nós não tivemos vontade, a determinação para investir em
sistemas de saúde para fornecer isso. Nós não tivemos a capacidade de sustentar
cuidados de saúde na linha de frente", disse.
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