Hackers tentaram
invadir sistemas da Organização Mundial de Saúde (OMS) no início deste mês de
março, segundo fontes à Reuters - parte de um aumento de mais de duas vezes nos
ataques cibernéticos contra a entidade, segundo um importante funcionário da
entidade.
O vice-presidente de segurança da informação da OMS, Flavio Aggio, disse que a identidade dos hackers não está clara, mas a tentativa de invasão não obteve sucesso. Ele alertou que as ações de hackers contra a organização e seus parceiros dispararam em meio à campanha do órgão global para combate ao coronavírus, que já matou mais de 15 mil pessoas no mundo.
A tentativa de invasão foi revelada por Alexander Urbelis, especialista em segurança cibernética e advogado do Blackstone Law Group de Nova York, que monitora atividades suspeitas em registros de domínios da internet.
Urbelis disse que notou a atividade por volta de 13 de março, quando um grupo de hackers que ele monitorava ativou um site malicioso que imita o sistema de e-mail interno da OMS.
Urbelis disse que não sabia quem era o responsável, mas duas outras fontes suspeitam de um grupo avançado de hackers conhecido como DarkHotel, que realiza operações de espionagem cibernética desde pelo menos 2007.
Grande órgãos são alvos comuns
Os motivos do ataque não são claros. Agências das Nações Unidas, entre elas a OMS, são alvo regular de campanhas de espionagem digital e Aggio se recusou a dizer quem exatamente na entidade os hackers estavam tentando atacar.
Empresas de segurança cibernética, incluindo a Bitdefender, da Romênia, e a Kaspersky, com sede em Moscou, disseram ter localizado muitas das operações do DarkHotel no leste da Ásia — uma área que foi particularmente afetada pelo coronavírus. Alvos específicos incluíram funcionários governamentais e executivos de empresas de países como China, Coreia do Norte, Japão e Estados Unidos.
Costin Raiu, chefe de pesquisa e análise global da Kaspersky, não pôde confirmar que o DarkHotel era responsável pelo ataque contra a OMS, mas disse que a mesma infraestrutura maliciosa foi usada para atacar outras organizações humanitárias e de saúde nas últimas semanas.
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