Encontro foi realizado nesta terça-feira, dia 14 (foto: Filipe Scotti)
A indústria
contribuiu de forma significativa para a retomada do crescimento da economia
catarinense no período pós-pandemia. Com o parque industrial mais diversificado
do país, o estado retomou o Índice de Atividade Econômica (IBC) a patamares
anteriores à Covid-19 cinco meses antes da média nacional. Entre maio de 2020 e
setembro de 2021, o IBC registrou um crescimento médio de 0,9% ao mês no
estado, a terceira maior alta do país no período. O dado foi apresentado pelo
presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, durante
entrevista coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira, 14.
“A indústria é o
motor do desenvolvimento. Ela gera empregos e movimenta todos os setores da
economia. Por isso, ela é fundamental também para a democracia, pois são os
postos de trabalho que conferem cidadania e dignidade às pessoas. E não há
emprego sem o empresário”, afirmou o presidente.
Em 2021, a
indústria catarinense registrou o maior crescimento percentual entre os estados
do país. De janeiro a outubro, a produção industrial do estado avançou 13,8%,
na comparação com o mesmo período de 2020. Entre os setores industriais, a
maior alta foi registrada na Metalurgia (55,4%), impulsionada pelo desempenho
da Construção civil. Na sequência, os setores de Veículos automotores (45,0%) e
Máquinas e equipamentos (28,7%) também apresentaram bom desempenho, puxados
sobretudo pela demanda externa. Destaque também para os setores beneficiados
pela retomada das atividades presenciais e da circulação de pessoas nos centros
urbanos – algo que foi possível graças ao avanço da vacinação. Entre estes,
Vestuário e acessórios e Produtos têxteis, com crescimentos de 22,6% e 20,7%,
respectivamente.
A retomada da
produção industrial também foi impulsionada pelas exportações. De janeiro a
novembro de 2021, Santa Catarina vendeu para o exterior US$ 9,4 bilhões, um
crescimento de 25,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A
corrente de comércio com os Estados Unidos teve um papel importante nesse
desempenho – o país foi o principal destino dos embarques catarinenses em 2021,
com US$ 1,7 bilhão comprados do estado, alta de 42,8% frente ao mesmo período
do ano anterior.
O setor industrial catarinense também colaborou com a geração de empregos no estado. Santa Catarina encerrou o terceiro trimestre de 2021 com a menor taxa de desocupação do país (PNAD Contínua – IBGE), de 5,3%. Em conjunto, a Indústria e a Construção lideraram a criação de novas vagas em Santa Catarina de janeiro a outubro. Conforme o Novo Caged, os dois setores somaram 88.368 novas vagas, das 187.147 vagas criadas no período. Outro dado importante é que a Indústria da Transformação catarinense foi a segunda do país que mais gerou novos postos de trabalho, atrás apenas do estado de São Paulo.
Intenção de investir é maior que a média nacional
Apesar dos desafios projetados para a economia no próximo ano, o industrial catarinense se mantém confiante e com planos de investimento para 2022. De acordo com dados da Sondagem Industrial, a intenção de investir para os próximos seis meses em Santa Catarina bateu 67,7 pontos em novembro frente 58,4 pontos da média nacional.
Para 2022, há uma
perspectiva de crescimento, porém mais moderado do que neste ano. A análise
decorre do fato de que há desafios pela frente, como a persistência da
inflação, que corrói o poder de compra das famílias, e a alta da taxa básica de
juros como ferramenta para conter a escalada dos preços. O aumento da Selic encarece
o crédito para pessoas físicas e empresas, o que pode limitar a capacidade de
investimento e crescimento da economia.
Entre os fatores
positivos que colaboram para a aposta na expansão estão as oportunidades no
mercado externo, com projeções positivas para o crescimento do PIB dos países
que são os maiores parceiros comerciais do Santa Catarina. Os Estados Unidos,
que são o principal destino das exportações industriais catarinenses, têm uma
perspectiva de crescimento do PIB de até 5,2%, por exemplo, de acordo com o
Fundo Monetário Internacional (FMI).
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