Nos dias 17 e 24 de
janeiro, quase seis milhões de pessoas vão tentar uma vaga em universidades
públicas de todo o Brasil por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Por conta da pandemia, as provas, que estavam marcadas para o final do ano
passado, foram remarcadas para este ano. Entre as novidades, está o Enem
Digital, que será feito por 96 mil estudantes nos dias 31 de janeiro e 7 de
fevereiro.
Na lista dos itens
essenciais para levar nos dias de prova, além da tradicional caneta de corpo
transparente de tinta preta, estão também a máscara e o álcool em gel. O
presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep/MEC), Alexandre Lopes, ressalta que a autarquia investiu R$ 69
milhões em medidas de prevenção à Covid-19 para que as provas sejam realizadas
da forma mais segura possível.
Em entrevista
exclusiva ao portal Brasil61.com, Lopes detalhou quais as medidas tomadas nesse
período tão atípico. “A principal foi o distanciamento. Colocamos menos alunos
em cada sala, garantindo um espaçamento maior entre eles. O uso da máscara será
obrigatório. Tanto os participantes quanto os aplicadores terão que usar a
máscara durante todo o período da prova. Além disso, intensificamos a
higienização. Vamos fazer uma limpeza maior nas áreas de uso comum, como
banheiros, corredores. Também vamos disponibilizar álcool em gel para todos os
participantes do Enem e a identificação do aluno será do lado de fora.”
O presidente do
Inep, responsável pelo exame, garante que os 1,7 mil municípios que receberão
os alunos nos dias de prova estão amparados pela logística. “A gente fez uma
visita prévia às escolas e às instalações. Serão cerca de 14 mil locais de
prova neste ano e todos foram visitados previamente. Nós temos, ainda, um
trabalho intenso de capacitação dos aplicadores. Algumas capacitações que eram
realizadas presencialmente foram feitas a distância, mas foram feitas”,
reforça.
Caso o estudante
seja infectado poucos dias antes da prova, Alexandre Lopes dá as orientações.
Ele lembra que o edital do Enem já prevê casos de doenças infectocontagiosas –
a Covid-19 foi inserida nesse rol.
“Não só por conta
da Covid-19, mas no edital do Enem tem uma relação de doenças
infectocontagiosas que dá direito ao participante fazer a reaplicação nos dias
23 e 24 de fevereiro. Se ele tiver alguma dessas doenças, na semana anterior ao
domingo de prova – e ele pode fazer isso tanto no primeiro quanto no segundo
dia de prova – o estudante vai entrar na página do participante, solicitar a
reaplicação e juntar a documentação necessária, como exame e/ou laudo médico. A
gente vai analisar e pode conceder realização da prova de reaplicação. Isso é
para garantir que as pessoas que tenham doença contagiosa não vão ao local de
prova, que fiquem em casa, mas não percam o Enem”, tranquiliza.
Enem Digital
Entre as novidades
do exame está a versão digital. Pensada em 2019, antes mesmo da pandemia,
a ideia é modernizar a prova e abrir mais opções de datas. “Hoje, o Enem é
realizado em uma data só no ano. Milhões de pessoas vão fazer o Enem impresso
no domingo agora, mas quem perder essa prova precisa esperar mais um ano para
fazê-la novamente. Com a versão digital, podemos realizar mais de uma prova ao
longo do ano”, adianta o presidente do Inep.
A previsão é de que
o Enem se torne totalmente digital até 2026. Até lá, a transição será feita de
forma gradativa. O objetivo também é tornar o Enem mais acessível, já que
muitos estudantes precisam se deslocar para cidades vizinhas para tentar a tão
sonhada vaga numa federal.
“Sendo em várias
datas, podemos fazer a prova em cidades diferentes e fazer com que o exame
chegue a mais municípios – e fique mais próximo do aluno. Muitos alunos têm que
se deslocar para outra cidade para fazer a prova, o que pode prejudicar jovens
do interior do Brasil. Queremos levar a prova para mais municípios, levar a
prova para onde o estudante está”, projeta.
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