Queda no preço da gasolina influenciou IPCA
A inflação
oficial renovou o recorde de abril e
atingiu o menor patamar em 22 anos no mês de maio, de acordo com o IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O indicador teve
deflação de 0,38% no mês passado, menor patamar desde agosto de 1998,
quando ficou em -0,51%. Isso quer dizer, na prática, que os preços,
em geral, diminuíram para o consumidor em maio.
O recuo nos preços
dos produtos e serviços ligados aos transportes foi o principal impacto
negativo de maio em comparação à inflação de abril, puxado fortemente
pelos combustíveis mais baratos.
O gerente da
pesquisa, Pedro Kislanov, afirma que “a gasolina é o principal subitem em
termos de peso dentro do IPCA e, caindo 4,35%, acabou puxando o resultado dos
transportes para baixo, assim como as passagens aéreas, que tiveram uma queda
de 27,14% e foram a segunda maior contribuição negativa no IPCA de maio”.
Além da queda no
preço da gasolina, o etanol seguiu o mesmo movimento, com variação de
-5,96% em maio, pouco depois de recuar 13,51% em abril. No caso do óleo diesel,
a queda nos preços foi de 6,44%, quase o mesmo recuo registrado em abril
(-6,09%).
Os itens do grupo
de alimentação e bebidas subiram, mas em ritmo menor em relação a abril. Os
destaques foram a cenoura, que está 14,95% mais barata, e as frutas, em média,
2,1% mais em conta.
Já a cebola
(30,08%), a batata-inglesa (16,39%) e o feijão-carioca (8,66%) ficaram mais
caros para os brasileiros em maio. Os preços da carne ficaram estáveis após
quatro meses consecutivos de queda.
O preço dos artigos
de residência também ficou mais caro, sofrendo impacto do câmbio. "Esse
aumento pode ter relação com o dólar, com o efeito pass-through, quando a
mudança no câmbio impacta os preços na economia. E artigos eletrônicos
normalmente são mais afetados porque têm muito componentes importados. Então a
desvalorização do real acaba impactando o preço desses produtos também”, afirma
Kislanov.
Em maio, os preços
dos eletrodomésticos e equipamentos aumentaram 1,98%, enquanto os de mobiliário
caíram 3,17%.
De janeiro a maio,
o IPCA acumula queda de 0,16%.
Metodologia da
pesquisa
O IPCA considera o
consumo de famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos em dez
regiões metropolitanas do Brasil, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande,
Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Neste mês, foram
considerados os preços coletados entre 30 de abril a 28 de maio de 2020
(referência) com os preços vigentes de 31 de março a 29 de abril de 2020
(base), colhidos por pesquisas em sites, telefone ou e-mail.
A coleta presencial
está suspensa desde 18 de março devido a pandemia de coronavírus.
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