A inflação oficial
do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode
ficar em 2,6% neste ano, de acordo com o Relatório de Inflação divulgado hoje
(26) pelo Banco Central (BC), em Brasília. Em 2021, a previsão é que a inflação
suba para 3,2%, chegando a 3,3%, em 2022.
No relatório, o BC
faz projeções considerando quatro cenários com expectativas para a taxa básica
de juros, a Selic, e para o câmbio.
Para essas
estimativas, foram consideradas as projeções do mercado financeiro relativas
aos finais de ano para a taxa Selic (3,75% ao ano, em 2020, 5,25% em 2021 e 6%
em 2022), e para o câmbio (R$ 4,35, em 2020, e R$ 4,20, em 2021 e 2022).
Nesse cenário, em
relação ao Relatório de Inflação de dezembro de 2019, a projeção para 2020 caiu
em cerca de 0,9 ponto percentual para 2020, 0,2 ponto percentual para 2021 e
0,1 ponto percentual para 2022.
Assim, a inflação
ficará próxima do limite inferior da meta para este ano. O centro da meta é 4%,
com limite inferior de 2,5% e superior de 5,5%. Para 2021, a meta é 3,75% e
para 2022, 3,50%, com intervalo de tolerância para cima ou para baixo de 1,5%.
Para alcançar a
meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica
de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom).
Quando o Copom
reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a
atividade econômica.
E quando o Copom
aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e
isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança.
A manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para atingir a meta de inflação.
Mais números
No cenário com taxa
Selic (4,25% ao ano) e câmbio (R$ 4,75) constantes, a inflação vai ficar em 3%
este ano, em 3,6% em 2021, e 3,8% em 2022.
Se for considerada
a Selic projetada pelo mercado financeiro e o câmbio constante, a inflação fica
em 3% em 2020, em 3,6% em 2021, e 3,5%, em 2022.
No cenário com
Selic constante e câmbio projetado pelo mercado financeiro, o IPCA será 2,6%
este ano, 3,2%, em 2021 e 3,6% em 2022.
O Banco Central
projeta inflação em 0,15%, 0,21% e 0,02%, respectivamente, nos meses de março,
abril e maio.
Se essas
estimativas se concretizarem, a alta de 0,38% no trimestre será a menor
variação para o período de série histórica do IPCA desde janeiro de 1980 e
“consideravelmente inferior” à observada entre março e maio de 2019 (1,46%).
Isso levará à desaceleração da inflação acumulada em 12 meses, de 4,01% em
fevereiro para 2,90% em maio de 2020.
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