Sem surpresa. Foi
dessa forma que alguns deputados que integram a CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) reagiram à citação ao governador Carlos Moisés, no processo que
apura a compra dos 200 respiradores junto a Veigamed.
Os parlamentares,
por outro lado, lamentaram o fato do processo ser alçado ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça), a partir do momento que envolveu o nome do chefe do
Executivo, que tem a prerrogativa de foro privilegiado.
Foi nessa linha que
seguiu o relator da CPI, deputado Ivan Naatz (PL) que lamentou que o processo
“tenha saído de perto”. Ele falou de uma questão histórica envolvendo os
processo remetidos a Brasília (DF) onde, segundo ele, é “muito mais lento” que
a maneira como estava sendo transcorrido em Santa Catarina.
Para Naatz não
houve surpresa na menção de Carlos Moisés que “mais cedo ou mais tarde” seria
vinculado ao processo de compra.
“Não tenho dúvidas
[da participação de Moisés na aquisição] até pela defesa que os secretários faziam
do governador. O governador, ao não participar, ou é totalmente desconexo ou é
relapso demais. Mas era impossível que não tivesse tratado esse assunto com os
secretários”, explicou Naatz.
Para o relator da
CPI o hiato entre a compra dos aparelhos e o dia da entrega – que não foi
cumprido – passaram-se 17 dias, logo, era “impossível” que Moisés não tivesse
falado com seu secretariado.
“Ele tinha a
obrigação de saber, um governador é o maestro dos processos, não existe essa de
não sabia”, complementou.
Presidente na mesma linha
Para o presidente
da comissão, Sargento Lima (PSL), também não existe surpresa na aparição do
nome de Carlos Moisés. Ele lembrou a importância que a CPI passou a ter, com
essa ascensão do processo ao STJ e ainda explicou que isso “reforça os pedidos
de impedimentos já existentes” dentro da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa
Catarina).
Para o parlamentar
do PSL, há uma gravidade na postura do governador, seja ela de omissão ou de
ação. “A omissão é grave e a ação é mais ainda. Foram vários agentes públicos
envolvidos. Houve ainda a motivação e a maneira como isso foi conduzido. Tudo é
muito grave”, pontuou.
“Eu avisei”, diz deputado
Além disso, para o
deputado Kennedy Nunes (PSD), ele “já sabia” do que estava por vir e desse
possível envolvimento de Carlos Moisés. Em um vídeo nas redes sociais, Kennedy
justificou os motivos pelos quais, segundo ele, evidenciaram a participação do
chefe do Executivo no processo de compra.
“Esse negócio dos
secretários querer livrar o governador não colava”, resumiu. Kennedy, em um
vídeo editado, separou um trecho de uma entrevista coletiva do governador e o
então secretário Helton Zeferino, no dia 26 de março de 2020.
Dessa forma,
Kennedy Nunes, nesse mesmo vídeo, ainda faz uma referência a Polícia Federal,
onde “sugere” que ela bata na porta da Casa D’Agronômica. “E agora, Moisés vai
dizer lá em Brasília que não sabia de nada?”, indagou.
>>>Clique e receba notícias do JRTV Jornal Regional diariamente em seu WhatsApp.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook