Integrantes da CPI dos respiradores reagem à citação de Carlos Moisés em processo

23/06/2020 - 12h06

Sem surpresa. Foi dessa forma que alguns deputados que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) reagiram à citação ao governador Carlos Moisés, no processo que apura a compra dos 200 respiradores junto a Veigamed.

Os parlamentares, por outro lado, lamentaram o fato do processo ser alçado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a partir do momento que envolveu o nome do chefe do Executivo, que tem a prerrogativa de foro privilegiado.

Foi nessa linha que seguiu o relator da CPI, deputado Ivan Naatz (PL) que lamentou que o processo “tenha saído de perto”. Ele falou de uma questão histórica envolvendo os processo remetidos a Brasília (DF) onde, segundo ele, é “muito mais lento” que a maneira como estava sendo transcorrido em Santa Catarina.

Para Naatz não houve surpresa na menção de Carlos Moisés que “mais cedo ou mais tarde” seria vinculado ao processo de compra.

“Não tenho dúvidas [da participação de Moisés na aquisição] até pela defesa que os secretários faziam do governador. O governador, ao não participar, ou é totalmente desconexo ou é relapso demais. Mas era impossível que não tivesse tratado esse assunto com os secretários”, explicou Naatz.

Para o relator da CPI o hiato entre a compra dos aparelhos e o dia da entrega – que não foi cumprido – passaram-se 17 dias, logo, era “impossível” que Moisés não tivesse falado com seu secretariado.

“Ele tinha a obrigação de saber, um governador é o maestro dos processos, não existe essa de não sabia”, complementou.

Presidente na mesma linha

Para o presidente da comissão, Sargento Lima (PSL), também não existe surpresa na aparição do nome de Carlos Moisés. Ele lembrou a importância que a CPI passou a ter, com essa ascensão do processo ao STJ e ainda explicou que isso “reforça os pedidos de impedimentos já existentes” dentro da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina).

Para o parlamentar do PSL, há uma gravidade na postura do governador, seja ela de omissão ou de ação. “A omissão é grave e a ação é mais ainda. Foram vários agentes públicos envolvidos. Houve ainda a motivação e a maneira como isso foi conduzido. Tudo é muito grave”, pontuou.

“Eu avisei”, diz deputado

Além disso, para o deputado Kennedy Nunes (PSD), ele “já sabia” do que estava por vir e desse possível envolvimento de Carlos Moisés. Em um vídeo nas redes sociais, Kennedy justificou os motivos pelos quais, segundo ele, evidenciaram a participação do chefe do Executivo no processo de compra.

“Esse negócio dos secretários querer livrar o governador não colava”, resumiu. Kennedy, em um vídeo editado, separou um trecho de uma entrevista coletiva do governador e o então secretário Helton Zeferino, no dia 26 de março de 2020.

Dessa forma, Kennedy Nunes, nesse mesmo vídeo, ainda faz uma referência a Polícia Federal, onde “sugere” que ela bata na porta da Casa D’Agronômica. “E agora, Moisés vai dizer lá em Brasília que não sabia de nada?”, indagou.

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