Os trabalhos nas propriedades rurais seguem todas as recomendações dos órgãos de saúde em função da pandemia da Covid-19.
A bovinocultura leiteira é a atividade econômica de maior
base social em Itapiranga, no extremo oeste catarinense, com 600
famílias envolvidas. Para aumentar a lucratividade do produtor, por qualidade e
comprovação de sanidade, iniciaram em maio as consultorias tecnológicas,
desenvolvidas pelo Programa SebraeTec. A iniciativa é do Sebrae/SC, da
Prefeitura de Itapiranga e do Instituto de Desenvolvimento Regional
(UCEFF-IFAI), com o apoio da Cidasc.
Os trabalhos nas propriedades
rurais seguem todas as recomendações dos órgãos de saúde em função da pandemia
da Covid-19 - utilização de máscara, álcool em gel e luvas descartáveis. “Por
segurança é atendida apenas uma empresa rural por dia e, mesmo assim, no
primeiro mês foram testados 2.000 bovinos em 23 propriedades”, avalia o
prefeito Jorge Welter.
Ao todo serão atendidos 300
empresários rurais com consultorias que consistem na avaliação da sanidade dos
animais, revisão dos cadastros do plantel no órgão competente, conferência do
inventário do rebanho, coleta de amostras de sangue para o diagnóstico
laboratorial, verificação e finalização do laudo conclusivo negativo para
iniciar o processo de certificação da propriedade como livre de tuberculose e
brucelose.
“A adesão ao projeto vem
melhorando a conscientização do produtor, pois são doenças que prejudicam o
rebanho e a saúde humana. Com a propriedade certificada o empresário recebe
mais pelo leite produzido e habilita a comercialização das novilhas. Outro
benefício é colocar o município em destaque no status sanitário para
erradicação da brucelose e da tuberculose, zoonoses transmitidas aos seres
humanos, então, também reflete na melhoria da saúde pública”, enaltece o
secretário municipal de agricultura e meio ambiente Herwald Otto
Trebien.
Entre os benefícios das
consultorias tecnológicas, segundo o gerente regional do Sebrae/SC no extremo
oeste, Udo Martin Trennepohl, estão atendimento da legislação
específica; garantia de saúde pública (humana e animal); melhora no
posicionamento de mercado, da qualidade do processo, do produto; segurança nos
investimentos; modernização e ampliação da atividade; aumento no faturamento e
diferenciação do produto/serviço. “Essa parceria, que iniciou em 2018, é muito
eficaz e tem apresentado resultados excelentes, além de proporcionar segurança
no setor para realizar investimentos na atividade”, complementa.
O plantel de bovinos no
município é de 39.000 animais, sendo 20.400 vacas e 16.300 em lactação.
Em 2018, o movimento econômico da atividade foi de R$ 85,9 milhões, sendo
R$ 80,6 milhões da produção de leite e R$ 5,2 milhões da venda de novilhas. Em
2019, os indicadores são ainda mais positivos, com faturamento total de R$ 92,8
milhões, sendo R$ 87,6 milhões da produção de leite e R$ 5,2 milhões na
comercialização de novilhas.
Para o consultor credenciado
ao Sebrae/SC, Lazie De Col, o trabalho é importante para
manter o desenvolvimento do agronegócio. “Nossa região precisa realizar ações
que impactem no mercado e que ampliem a renda do empresário rural, que se
sentirá motivado a continuar aplicando esses procedimentos na propriedade, a
fazer investimentos e aprimorar cada vez mais sua atividade. Não se trata
apenas de certificação, mas sim de levar conhecimentos ao campo”, argumenta.
RESGATE HISTÓRICO
De acordo com o gestor de
defesa agropecuária do departamento regional de São Miguel do Oeste da
Cidasc, Ody Hess Gonçalves, a inovação sempre foi uma das virtudes
da população de Itapiranga. O gestor recorda que em 2012 foi desenvolvido, por
meio de parcerias com entidades locais, um projeto piloto de certificação de
propriedades como livres de brucelose e tuberculose nas propriedades rurais,
como ação integrante do Programa SC Rural. “Nessa iniciativa a Cidasc era
executora das atividades de campo e administrativas e, apesar de um aparente
insucesso, pelo baixo índice de propriedades certificadas, tivemos um grande
ensinamento de que o Poder Público, em situações específicas, precisa
estabelecer parcerias”, avalia.
Gonçalves argumenta que a
Cidasc é parceira do atual projeto por entender a importância da certificação
das propriedades com impacto, principalmente, para os empresários rurais.
“Itapiranga, provavelmente, alcançará o maior índice de Santa Catarina de
propriedades certificadas como livre de brucelose e tuberculose ao considerar a
proporcionalidade do número total de propriedades em produção de leite”,
analisa. O gestor cita que a parceria iniciou na estruturação do projeto,
estabelecendo benefícios quanto à defesa sanitária animal, a saúde pública e o
desenvolvimento sustentável nas propriedades.
Na contribuição para o projeto
a Cidasc realizou a estruturação da Unidade Veterinária Local (UVL) de
Itapiranga com a lotação, já efetivada, de duas médicas veterinárias, de auxiliar
administrativo para atendimento dos produtores e dos técnicos envolvidos nos
procedimentos de certificação, ainda não efetivados devido à pandemia. Além
disso, conta com uma auxiliar administrativa que foi disponibilizada à Cidasc
para a realização da conferência documental registrada pelos médicos
veterinários habilitados para validação da certificação da propriedade.
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