O regime de home
office foi prorrogado até o próximo dia 27 de setembro no âmbito do Poder
Judiciário de Santa Catarina (PJSC). A decisão de manter a excepcionalidade em
todas as comarcas do Estado levou em consideração a oscilação do número de
casos de infecção e de mortes pela Covid-19. Detalhes da medida foram
compartilhados pelo presidente do PJSC, desembargador Ricardo Roesler, em
reunião do Comitê Interinstitucional de Acompanhamento da Covid-19, realizada
por videoconferência nesta quarta-feira (26/8).
Conforme explicou o
presidente, a consistência do modelo epidemiológico de todo o Estado será
reavaliada no próximo dia 14 de setembro, quando um novo relatório técnico
elaborado pela Diretoria de Saúde, com o auxílio da Corregedoria-Geral da
Justiça, poderá confirmar a previsão do retorno gradual no dia 28 de setembro
ou sua eventual antecipação para o dia 21 de setembro.
Na oportunidade,
Roesler observou a melhora em alguns indicadores da doença no Estado, mas
reiterou a necessidade de cautela nas decisões. "Precisamos ter muito
cuidado. Esta decisão foi tomada ontem pelo corpo diretivo. Chegamos à
conclusão de que o momento ainda é de suspensão", anunciou.
Os principais dados
estatísticos relacionados à doença foram apresentados e interpretados pela médica
e diretora de Saúde do PJSC, Graciela de Oliveira Richter Schmidt, com o
auxílio da assessora jurídica do Núcleo II da Corregedoria, Ramila Rossa.
Após a exposição,
os demais dirigentes do Judiciário reforçaram a convicção pela manutenção da
excepcionalidade. "É uma medida de prudência, que nós entendemos adequadas
à vista dos dados que nos foram apresentados, e que vai ao encontro da forma
como o Tribunal vem agindo, com muita cautela", manifestou o 1º
vice-presidente do PJSC, desembargador João Henrique Blasi. "Estamos
sempre pautados na cautela, na prudência, visando a saúde de todos",
completou a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Soraya Nunes Lins.
O embasamento
técnico observado pelo Judiciário na prorrogação do regime de home office foi
cumprimentado pelos representantes das instituições que integram o Comitê.
"A prudência adotada é bastante adequada. O Ministério Público vê como
correta, do mesmo modo como o Poder Judiciário vem conduzindo esse processo até
o dia de hoje, esta condução nos parece bastante adequada, com muita
cautela", reconheceu o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos
Institucionais do MPSC, Alexandre Estefani.
O presidente da
OAB/SC, Rafael Horn, compartilhou sua gratidão em relação ao diálogo permanente
promovido pelo Poder Judiciário e o reconhecimento ao fundamento técnico das
decisões anunciadas pelo PJSC, pontuando, no entanto, o anseio da categoria dos
advogados pela breve retomada das atividades presenciais.
Como forma de
aprimorar a prestação da atividade jurisdicional neste momento de exceção, o
juiz auxiliar da Presidência Cláudio Eduardo Regis de Figueiredo e Silva
compartilhou a possibilidade da retomada gradual do cumprimento de mandados
judiciais considerados prioritários, uma alternativa analisada em consenso com
os oficiais de Justiça.
PJSC é destaque
no Relatório Justiça em Números 2020
A performance do
Poder Judiciário de Santa Catarina no Relatório Justiça em Números 2020,
apresentado nesta terça-feira pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também
foi repercutida no encontro do Comitê Interinstitucional. O presidente Ricardo
Roesler compartilhou alguns indicadores alcançados pelo Judiciário catarinense,
com destaque para a produtividade de servidores e magistrados.
Nos mais variados
comparativos, o PJSC liderou as estatísticas entre os tribunais considerados de
médio porte e ocupou as primeiras posições entre todos os órgãos de Justiça do
país, em alguns casos superado apenas pelos maiores tribunais do Brasil, como o
TJSP e o TJRJ. Mais do que a competência observada nos números, o 2º
vice-presidente do PJSC, desembargador Volnei Celso Tomazini, atestou a
qualidade do serviço prestado. "Mais uma vez, nosso Tribunal se destaca em
números. Mas faço uma observação de que não é só em números. Como 2º vice-presidente,
tenho o privilégio de analisar as decisões proferidas nas Câmaras de Direito
Público e Direito Penal. Não me surpreendo, pelo contrário, fico muito contente
pela qualidade das decisões proferidas em nosso Tribunal", acrescentou.
Também participaram
da reunião os desembargadores Salim Schead dos Santos (3º vice-presidente),
Dinart Francisco (corregedor-geral do Foro Extrajudicial), Leopoldo Augusto
Brüggemann (coordenador do GMF), além de juízes auxiliares da Presidência e da
Corregedoria, diretores, assessores e demais representantes das instituições
que integram o Comitê.
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