A Justiça Federal
de Santa Catarina aceitou as denúncias do Ministério Público Federal (MPF) e
tornou réus 17 pessoas investigadas na Operação Alcatraz, da Polícia Federal. Elas responderão
criminalmente por fraudes em licitações, corrupção, peculato e lavagem de
dinheiro. O processo também não está mais em segredo de justiça por decisão da
juíza Janaína Cassol Machado, da 1ª Vara da Justiça de Florianópolis.
A operação da PF foi deflagrada em 30 de maio. No começo de julho, o
Ministério Público Federal denunciou 18 pessoas na Operação Alcatraz. Oito delas
estão presas desde o fim de maio, sendo que uma mulher está em prisão
domiciliar, seis estão na Penitenciária de Florianópolis e um está preso em São
Paulo.
No mesmo mês, a PF encaminhou para a Justiça Federal outros três
relatórios policiais ligados ao caso. Cumprem prisão preventiva empresários e agentes públicos.
Na época que foi deflagrada, foram cumpridos 11 mandados de prisão,
sendo sete preventivas e quatro temporárias, e 42 mandados de busca e
apreensão, em órgãos públicos, empresas e residências, na capital, São José,
Antônio Carlos e Ituporanga, bem como na cidade paulista de Vinhedo.
A investigação começou em fevereiro de 2017, quando foi aberto um
inquérito a partir de documentos da Receita Federal que indicavam simulações
contábeis escrituradas.
Em 25 de junho, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em
Porto Alegre, negou por unanimidade pedido de liberdade a seis dos
oito presos da operação.
Réus
Cristiane Rios Castello Branco
Nappi: crime de lavagem de dinheiro
Danilo Pereira: crimes da lei de
licitação e corrupção passiva
Décio Luiz Rigotto: fraude em
licitação, apropriação de bem público e corrupção ativa
Ederson Clovis de Oliveira Santos:
crimes da lei de licitação, corrupção ativa e apropriação de bem público
Eduardo Suekiti Almeida
Shimokomaki: fraude em licitação
Fábio Lunardi Farias: fraude em
licitação e corrupção passiva
Fabrício José Florencio Margarido:
fraude em licitação, corrupção ativa e apropriação de bem público
Flávia Coelho Werlich: crimes da
lei de licitação e corrupção ativa e apropriação de bem público
Lia Carneiro de Paula Pessoa Frota:
fraude em licitação
Luiz Ademir Hessmann: crimes da lei
de licitação e corrupção passiva
Luiz Carlos Pereira Maroso: fraude
em licitação
Maurício Rosa Barbosa: fraude em
licitação, crimes da lei de licitação, apropriação de bem público e corrupção
ativa
Michelle Oliveira da Silva Guerra:
crime de lavagem de dinheiro
Nelson Castello Bracon Nappi
Junior: crime de lavagem de dinheiro, fraude em licitação
Rafael Pedro Gepes Silva: crimes de
lei de licitação
Renato Deggau: crimes da lei de
licitação e corrupção passiva
Thiago Sartorato: fraude em
licitação
Defesas
O advogado Leonardo Pereima, que representa os irmãos Nelson Castello
Bracon Nappi Junior e Cristiane Rios Castello Branco Nappi, informou à NSC que
ainda não teve acesso ao processo, mas disse que vai apresentar defesa e provar
improcedência da acusação assim que receber a citação formal.
O advogado Renato Boabaid, que representa Fabrício José Florêncio
Margarido e Luiz Carlos Pereira Maroso, informou que só vai se manifestar
quando receber oficialmente a intimação.
O advogado Pedro João Adrian, que representa Danilo Pereira, informou
que o réu ainda não foi citado, mas mantém a negativa de autoria.
O advogado Francisco Yukio Hayashi, que representa Michelle Oliveira da
Silva Guerra, informou que só vai se manifestar nos autos.
A advogada Júlia Vergara, que representa Fábio Lunardi Farias, informou
que pretende provar a inocência dele na instrução do processo.
Novos indiciados
A Polícia Federal de Santa Catarina encaminhou um novo relatório relativo ao inquérito policial da Operação
Alcatraz para a 1ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis, na quarta-feira
(14).
O documento aponta um concluio empresarial para fraudar dois lotes de um
processo licitatório, realizado pela Justiça Federal, Seção Judiciária do
Paraná, em 2017. O objetivo era obter unidades de armazenamento de dados.
O relatório aponta indícios de conduta criminosa por parte de três
empresários, sendo que um deles cumpre prisão preventiva.
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